J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 43
Autores: Giancarlo Berardi e Giuseppe De Nardo (texto) e Mario Janni (desenhos).
Preço: R$ 7,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Junho de 2008
Sinopse: Uma morte misteriosa leva Júlia Kendall a investigar uma agência de relacionamentos.
Positivo/Negativo: J. Kendall - Aventuras de uma Criminóloga é o azarão dos quadrinhos mensais.
Para começar, é impressa em preto-e-branco impresso, num papel de qualidade apenas passável, com formato pequeno - e mesmo assim custa R$ 7,90. E tem uma distribuição que não ajuda em nada.
Ainda por cima, não é protagonizada por um mascarado famoso ou um blockbuster de Hollywood, mas por uma mulher - e dizem que os leitores de quadrinhos torcem o nariz para aventuras de moças. É, ao menos, uma mulher bonita, com ares de Audrey Hepburn - ou seja, pescoço longilíneo, mas curvas ficam aquém das heroínas envergadas que andam por aí.
Para piorar, o logotipo da revista utiliza a fonte Brush Script - um dos atentados ao bom gosto que os programas de design mais simples oferecem como opção a seus usuários mais toscos.
E, mesmo assim, apesar de tudo isso, J. Kendall, o azarão, é, mês após mês, uma das melhores opções de quadrinhos nas bancas.
J. Kendall - que já se chamou simplesmente Júlia, mas mudou de nome para evitar confusão com os romances baratos para mocinhas pouco ilustradas - é um barato.
É uma HQ singela, inteligente, que tem personagens encantadores - a começar pela própria criminóloga. E os elogios não faltam.
Tem um deles, porém, em que a série é imbatível: a levada gostosa, sem pressa. Os crimes são resolvidos em seu próprio ritmo, sem parafernálias, dando tempo para que os leitores possam se envolver e fruir o que estão lendo.
É daí que vem o charme. Basta ver nesta edição: primeiro, há um assassinato. E então Júlia se envolve. Mais umas reviravoltas aqui e acolá e chega-se à agência de matrimônio - que, por sinal, tem nome, Rendez Vous. E lá ainda tem um mundo inteiro a rolar, porque a empresa tem história, dono, enfim, recheio.
Júlia conversa mais do que corre. Dialoga, não bate. Pensa, busca pistas, porque Berardi, seu autor, se preocupa em criar um mundo para ela, em fazer com que tenha um chão sólido para pisar.
Quando se descobre a identidade do vilão, tudo faz sentido. Porque a história foi construída com vigor e com rigor. Não é um caso único, nem nada que fuja do padrão da série. Não é de hoje, afinal, que J. Kendall é uma baita HQ.
Classificação: