J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 5
Título: J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 5 (Mythos
Editora) - Revista mensal
Autores: Giancarlo Berardi (argumento), Maurizio Mantero (roteiro) e Laura Zuccheri (desenhos).
Preço: 7,40
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Abril de 2005
Sinopse: Uma quadrilha formada por veteranos de guerra invade a residência de Robert De Meers, dono de uma joalheria. A parti daí, toda a família corre grande risco. A salvação, porém, pode estar dentro da mente perturbada de um dos membros do bando.
Positivo/Negativo: Logo na capa desta edição, uma grande novidade salta aos olhos: o novo título da série. O antigo causou um ligeiro impasse entre a Mythos e a Editora Nova Cultural.
A troca pode ter deixado um ou outro leitor confuso, mesmo tendo sido vastamente divulgada nos sites especializados. Contudo, não prejudicou em nada a assimilação e a identidade da revista. Além disso, foi uma decisão prática, que evitou atrasos maiores de distribuição. Ponto para a Mythos!
Quanto à história em si, chega a ser difícil resenhar sem que transpareça uma ou outra pitada de admiração incondicional. Então, vamos lá, tecer elogios e mais elogios.
A trama é organizada em diversos núcleos. O desenrolar dos eventos acontece aos poucos, com cada um destes núcleos colaborando com algum elemento para a resolução da aventura. Característica típica de Berardi.
Nesta história em particular, há a residência dos De Meers, a joalheria, o departamento de polícia, a casa de Karel na Holanda, a Universidade e... a mente de Pete, o perturbado soldado nº 2.
Ele é a chave para que todo o drama não se agrave, terminando em tragédia. Júlia logo percebe isso e resolve encará-lo.
Assim que o avista, a criminóloga reconhece: "Ali, no fundo de uma mente doente, estava a salvação ou a morte para nós todos". Apesar de o leitor saber que Júlia de alguma forma dará jeito na situação, Berardi e Mantero nunca são previsíveis.
A maneira como ela vai desvendar e pôr um ponto final nas coisas é que é o interessante. E Júlia nunca decepciona. Não é à toa o elogio que o sargento Ben Irving faz a ela na página 125.
Outro coadjuvante que, sem querer, exerce um papel fundamental na aventura é Karel Van Buren, o namorado holandês de Pam De Meers. É sua ligação que desencadeia toda a ação da polícia.
Aliás, é admirável como os roteiristas dão vida aos personagens. Estes não existem simplesmente para exercer determinada função na trama. Pelo contrário: é a partir do comportamento de cada um que a história segue seu rumo.
Isso faz com que cada momento aparentemente sem relevância tenha sua graça, marcando o leitor de forma ou outra. É por isso que Berardi e sua trupe dão grande importância às cenas corriqueiras, cotidianas, de pouca ação. São nelas que estão registrados o temperamento dos personagens, seu modo de ver a vida, de lidar com os outros etc.
Para balancear o drama vivido pelos De Meers e agregados, Berardi e Mantero inserem humor com a subtrama do ladrão de pequenas coisas que ataca o departamento de polícia. Mais uma vez, a solução de tudo é apresentada pela criminóloga mais querida dos quadrinhos.
Quanto à arte, não haveria melhor escolha que Laura Zuccheri. Seus traços são firmes, belos e expressivos. Sua Júlia é delicada e forte ao mesmo tempo. Estilo e narrativa coexistem em harmonia.
Além disso, cada personagem tem suas próprias características, algo que deveria ser óbvio, mas que na prática não se revela assim, principalmente no universo dos super-heróis da vida...
Uma última observação: o leitor atento notará que o soldado nº 2 é a cara do ator Kevin Spacey.
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