J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 59
Autores: Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (roteiro), Claudio Piccoli (arte) - publicada originalmente em Julia # 59.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Outubro de 2009
Sinopse:O Xamã - Júlia Kendall e Leo Baxter tentam resolver um problema com o computador da criminóloga, quando ela recebe a ligação de um conhecido, pedindo sua ajuda.
Esse simples telefonema vai desencadear uma história cheia de mistério e misticismo.
Positivo/Negativo: Neste mês, a equipe de J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga conseguiu, além da já tradicional excelente história, surpreender o leitor.
Provavelmente, o impacto maior da narrativa de O xamã será nos leitores que acompanham as investigações de Júlia mês a mês. Pois o argumento de Berardi apresenta um elemento peculiar: o fantástico.
A presença desse "tempero" não é estranho aos quadrinhos da editora italiana Bonelli, como pode ser conferido em Mágico Vento, Zagor e Dylan Dog, por exemplo. Entretanto, no fumetto que narra as aventuras de Júlia Kendall é coisa rara.
O leitor está acostumado a enredos amparados na realidade, retratados pela arte típica da Bonelli, que tende ao realismo. Por isso, não deixa de ser uma surpresa (ou um susto) a edição deste mês.
O que é central na definição de se esse fantástico assusta ou surpreende é a forma com que ele se encaixa (ou não) com os personagens; se tal elemento faz sentido nesta história. Ou seja, depende do roteiro.
E o roteiro está nas mãos da eficiente dupla Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza, que usa o surreal e o místico de maneira muito eficiente, criando mais uma aventura memorável para J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga.
O traço e a representação continuam sendo realistas, mas a composição dos quadros, os enquadramentos e a arte-final menos carregada, conseguem um resultado excelente nas passagens oníricas da protagonista.
Do encontro entre momentos despertos e sonhos, constrói-se uma narrativa de modo muito hábil, com excelentes desenhos e grande roteiro. As comparações entre os problemas de ordem mágica e do computador de Júlia criam um contraponto dos mais interessantes: a modernidade da tecnologia e a ancestralidade da magia.
Ao leitor, sobra o devaneio causado pela feliz sensação de ter conferido mais uma amostra de uma bela história em quadrinhos. Novamente oferecida por J. Kendall.
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