Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 6

1 dezembro 2006


Título: J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 6 (Mythos
Editora
) - Revista mensal
Autores: Giancarlo Berardi (roteiro) e Marco Soldi (desenhos).

Preço: 7,40

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Abril de 2005

Sinopse: Jerry Desapareceu - O sumiço de um garotinho em plena luz do dia movimenta a equipe do Tenente Webb. A mãe do menino, Susan Sommer, está inconsolável. Onde está Jerry?

A solução do mistério está mais próxima do que se imagina. No entanto, somente Júlia Kendall é capaz de enxergá-la.

Positivo/Negativo: Antes de analisar o conteúdo, vale uma pequena observação à capa da revista. Desta vez, a Mythos acerta em dizer que se trata de um "roteiro completo de Giancarlo Berardi". Todo texto foi produzido pelo autor, sem colaboradores.

Coincidência ou não, a trama centra-se ainda mais no lado psicológico dos personagens, deixando a ação um pouco de lado. Assim, nada de grandes investidas policiais, troca de tiros etc. Mesmo Júlia arrisca-se pouco. E quando o faz, é para dar vazão à sua faceta de investigadora. A de heroína quase não é solicitada nesta aventura.

O que chama a atenção neste número é a maneira como Berardi entrelaça os personagens, principalmente os coadjuvantes. Ao longo da trama, existem tantas variáveis que é tarefa difícil dizer quem participou ou não do sumiço de Jerry.

Isto porque o garoto é um empecilho na vida de muitos que o cercam. Não por sua culpa: Jerry pouco aparece na história, mas aparenta ser um menino tranqüilo, simpático, de fácil trato. É o simples fato de ele existir que incomoda.

Uma mulher apaixonada por um músico promissor, de poucos recursos financeiros. Um amante secreto "cheio da grana". Um cabeleireiro homossexual de passado obscuro... Qual deles foi o responsável? Ou nenhum teve parte no mistério?

As respostas são dadas aos poucos, sutilmente, amarrando o leitor à trama. A solução completa só é fornecida na última página, praticamente na frase derradeira, graças à perspicácia da criminóloga mais amada dos quadrinhos.

Como sempre, Júlia não resolve o enigma como a maioria dos investigadores tradicionais. Ela não é um detetive, que se preocupa em encontrar pistas que, acumuladas, levam ao culpado, como se tratasse de uma fórmula matemática.

Ela enfoca as motivações internas de cada um e é dessa forma, de dentro para fora, que encontra as respostas que busca.

Marco Soldi, o artista desta edição, é o responsável pela capa das revistas. Assim, é um homem acostumado com o clima e os personagens da série. Seu traço é simples, seguro, sem grandes firulas, como é de praxe aos artistas da Bonelli. Não é um desenho que atraia muitos fãs, como o de um Ivo Milazzo, mas cumpre bem seu papel: narra com precisão, dá emoção aos personagens e resolve as exigências do roteiro.

A capa, porém, merece um puxão de orelha. As feições de Susan Sommer estão um tanto infantis. Além disso, o fato de a personagem estar sentada (o que camufla seu real tamanho) só reforça a idéia de que trata-se de uma criança, e não da mãe de Jerry.

Com esta edição, J. Kendall - As Aventuras de uma Criminóloga completou um semestre nas bancas brasileiras sem perder a qualidade. Na verdade, trata-se de um dos títulos mais surpreendentes das prateleiras. Que tenha vida longa em nossas terras!

 

Classificação:

4,0

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