J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 67
Editora: Mythos Editora - Revista mensal
Autores:
Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (roteiro), Thomas Campi (arte). Publicado originalmente em Julia # 67.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Junho de 2010
Sinopse
A morte de Batsy Blue - Elisabeth é morta e Júlia Kendall terá que entrar no mundo dos adolescentes para descobrir quem a assassinou.
Positivo/Negativo
Vamos lá: mais um mês, outra alegria para o leitor ao encontrar em J. Kendall - as aventuras de uma criminóloga, novamente, uma das melhores HQs do mês.
E esta edição é uma excelente entrada para os que ainda não conhecem Júlia e suas investigações. Todos os elementos que criam e sustentam seu universo são apresentados e trabalhados com calma pelos roteiristas Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza.
Não que a revista tenha uma continuidade forte que obrigue o leitor a acompanhar todas as revistas, especiais, tie-ins, anuais e minisséries para que possa entender o que acontece com os personagens (como nas editoras americanas Marvel e DC).
A personalidade forte, a reviravolta nas últimas páginas, a investigação cuidadosa, os diálogos inteligentes, as disputas intelectuais cheias de tensão sexual entre o tenente Webb e Júlia, as transições de cena fantásticas, os personagens expressivos, os desenhos sem erros anatômicos, os ritmos que variam conforme a necessidade, as belíssimas opções de enquadramento.
O leitor também pode notar como discussões importantes sobre temas modernos e universais são encaixados em meio à narrativa, com muita naturalidade.
Neste número, por exemplo, há uma discussão sobre o papel da mídia e do trabalho jornalístico, bullying escolar, sexualidade adolescente, desejo de consumo e amizade entre irmãs.
Nada disso está diretamente relacionado ao crime para o qual se busca solução, mas completa seu sentido conforme a trama avança. Assim como as referências a outras artes: o poeta norte-americano Walt Whitman é citado nesta edição.
Os temas tratados por Whitman em seus poemas se relacionam muito com os sentimentos adolescentes, que são tão importantes neste número de Júlia: explosão emocional, desejo de liberdade, afirmação da personalidade.
Aliás, um personagem que se chamava o poeta e se parecia fisicamente com Whitman já apareceu na história da edição # 22.
A Mythos tem feito um trabalho muito digno com a criminóloga, com informações extras, textos de Julio Schneider (que traduz a revista com competência) e as tiras do gato Bério. Mas nesta edição passaram alguns problemas de revisão. Sobrou um cosa, do texto italiano sobreposto a "o quê", no terceiro quadro da página 50; faltou a palavra "vontade" no quarto quadrinho da 51; e restou uma anotação sobre a tradução de um bilhete no topo da 122.
Nada que estrague o prazer da leitura, mas é estranho, em virtude cuidado que se vê costumeiramente na revista.
Ao leitor de sempre fica a certeza de uma grande revista a cada mês; ao que ainda não conhece Júlia, fica o convite para ler essa pérola das bancas brasileiras.
Classificação: