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J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 70

1 dezembro 2010

J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 70

Editora: Mythos Editora - Revista mensal

Autores:

Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (roteiro) e Laura Zuccheri (arte). Publicado originalmente em Julia # 70.

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Setembro de 2010

 

Sinopse

O grande mar de relva - Júlia e Leo continuam a investigação em Wylmott, no Texas. Onde está Saber Al Karim? Conclusão da história iniciada na edição anterior.

Positivo/Negativo

Na edição anterior, o leitor teve a história interrompida em um momento de tensão.

Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero conseguem segurar essa sensação no começo deste número de J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga. Júlia está soterrada sob escombros. A arte manipula quadros e enquadramentos, transformando a estrutura narrativa em um elemento emocional, não apenas condutor do enredo.

E esta história é mais bem-sucedida em seu intento do que a escrita por Brad Meltzer, sobre o mesmo tema, para a Liga da Justiça, publicada anos atrás, pela Panini.

Os espaços sufocantes e a claustrofobia são colocadas lado a lado com os grandes descampados e espaços abertos da região texana onde se passa a aventura.

Em um movimento digno do expressionismo alemão, o cenário reproduz o embate psicológico de Júlia, traumatizada e que se sente ameaçada por lugares fechados e as decisões adiadas que começam a desmoronar sobre ela - a maternidade, por exemplo - e o largo campo aberto das possibilidades, a ser cavalgado e apreciado, apesar do medo e insegurança da personagem.

A essa tensão suave e interna da criminóloga, o leitor acrescenta a sua tensão, fruto da expectativa de como se resolverá o caso do desaparecimento de Saber. E a solução não virá antes das páginas finais, com o final clássico das novelas de detetives cerebrais, como Sherlock Holmes.

A arte de Laura Zuccheri é de alto nível, muito atenciosa às sutilezas, expressões e gestos. Um mau desenhista arruinaria uma história de roteiro tão brilhante.

Quanto à edição, há muitas informações sobre as referências musicais e cinematográficas do número anterior. E elas fazem o leitor abrir os olhos às divertidas citações colocadas por Berardi em um nome de personagem, no rosto de outro, em alguma situação.

Mesmo após fechar o fumetto e conhecer o final da trama, a tensão (boa) da história é substituída pela tensão de saber se o titulo continuará a ser publicado.

A boa notícia para os fãs de Júlia - e que os permite aliviar um pouco a tensão - é que a Mythos garantiu a publicação do ameaçado título até a edição de número 72.

Resta torcer para que a (merecida) conquista do prêmio HQ Mix de melhor publicação de aventura/ficção/terror traga mais leitores ao melhor quadrinho mensal em bancas do Brasil.

Classificação:

4,0

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