J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 76
Editora: (Mythos) - Revista mensal
Autores:
Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (roteiro) e Ivan Calcaterra e Antonio Marinetti (arte) - Publicado originalmente em Julia # 76.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Março de 2011
Sinopse
A história de Jason - Jason Oldman comete assassinatos a sangue frio. Além de impedi-lo, Júlia Kendall precisa descobrir o que ele realmente quer.
Positivo/Negativo
Algum tempo atrás aconteceu uma campanha para que novos leitores comprassem J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga e evitassem o cancelamento da revista mais simpática das bancas brasileiras.
Apesar da dificuldade de encontrar o gibi à venda, parece que o empenho deu certo e os leitores continuam a acompanhar as aventuras da personagem.
Muitos novos leitores, entretanto, esperam indicação de qual seria uma boa história pra se iniciar no fumetto. Dentre algumas opções, esta edição serve bem a esse propósito.
Quase todas as características essenciais da revista estão aqui. E sem falar que é uma baita história!
Estão aqui as cuidadosas transições de cena e a belíssima decupagem, que varia o ritmo conforme a necessidade da trama.
O leitor também encontra as picuinhas na relação entre Júlia e o Tenente Webb, bem como suas posições políticas discordantes, e a personalidade forte da empregada doméstica da protagonista, Emily.
Todos esses elementos que encantam leitores há mais de seis anos no Brasil sustentam uma trama interessantíssima.
Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza criam uma história que vai além do clichê "bandido bom é bandido morto". Diversos elementos são pesados e avaliados na tentativa de responder a vários porquês que surgem durante a narrativa.
Nesse ponto, esta edição se diferencia da maior parte das outras revistas de Júlia. Ao final, não há um crime a se desvendar, mas um criminoso a ser desvendado. O trato humano dado por Berardi e Calza é de alto nível.
A preocupação de Berardi é em questionar o humano, suas necessidades e suas ações. E como diz a personagem Júlia, olhando diretamente pros olhos do leitor no último quadro da página 103: "As obras de fantasia ajudam a entender a realidade, sabia?".
É como se Berardi falasse diretamente ao leitor, justificando sua opção de não fazer um entretenimento apenas, mas ir um pouco mais além.
J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga é mais que uma revista policial, é uma história de pessoas, com temas e interesses universais. A questão da solidão de Júlia é tão importante quanto a identidade do assassino.
Classificação: