J. KENDALL – AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 81
Editora: Mythos - Revista mensal
Autores: Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (roteiro), Lucio Leoni, Alberto Macagno, Luigi Pittaluga e Marco Soldi (arte) - Publicado originalmente em Julia # 81.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Agosto de 2011
Sinopse
O sorriso da morte - Brian está pescando com seus dois filhos. Quando resolvem usar uma velha cabana abandonada para descansar, ele vê uma mulher morta. No entanto, assim que a polícia chega, o cadáver não está mais ali.
Então, Brian chama uma ex-namorada para ajudá-lo a entender o que aconteceu: a doutora Júlia Kendall.
Positivo/Negativo
J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga é um gibi que nas últimas edições tem trazido diversas histórias em que Júlia é afastada de seu ambiente natural, ou seja, a cidade de Garden City.
Nesse tipo de situação, o herói é avaliado ainda mais duramente, pois seus aliados costumeiros não estão por perto, o ambiente da aventura é desconhecido, os costumes e a cultura são outros.
Desta vez, os roteiristas Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero incluíram um mistério a mais. Existe mesmo um crime a se resolver? Esta dúvida ganha alguma autoridade por se tratar de um personagem que carrega parte do passado da criminóloga.
Num roteiro, como de hábito, redondinho, Berardi e Mantero constroem uma narrativa que consegue dizer muito, mantendo profundidade e a ação em quantidades saudáveis. O leitor descobre mais sobre o passado de Júlia, a respeito da personalidade dela e do modo como ela resolve os mistérios.
A análise de perfil psicológico dos suspeitos volta a aparecer sem parecer forçada, pois a personagem conduz a trama consigo com base na razão dedutiva e na memória afetiva.
Depois de tantas histórias de investigação em que os detetives sempre têm talentos - e tendência - para o combate físico, é interessante notar que uma personagem frágil que não tem condições de estabelecer um confronto corpo a corpo seja uma das melhores do gênero. E também uma das melhores disponíveis nas bancas brasileiras.
Destaca-se a equipe de arte por manter a unidade de traço nas páginas do fumetto. Afinal, quatro artistas diferentes trabalharam na aventura, com uma proposta de representação realista para cenários e personagens. As cenas de ação são eficientes, as de diálogos têm o movimento necessário.
Pode soar esquisito ao leitor o uso da hipnose na trama, mas faz parte das ferramentas à disposição da formação de Júlia. Outro estranhamento é quanto ao título, que só se justifica muito adiante na narrativa, e à capa, muito genérica e que não conduz bem a expectativa do leitor.
São pequenos desacertos que não diminuem o valor da narrativa como um todo. E Berardi continua sendo um roteirista padrão para àqueles que pretendem escrever boas narrativas.
Classificação: