J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 92
Editora: Mythos - Revista mensal
Autores:
Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (roteiro) e Roberto Zaghi (arte) - Publicado originalmente em Julia # 92.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Julho de 2012
Sinopse
A última parada - Como os trabalhadores de aeroportos estão em greve, Júlia viaja de trem para um curso do FBI, em Nashville. No entanto, um acidente atrapalha os planos da criminóloga, que acaba se envolvendo em uma investigação muito mais complexa do que aparenta.
Positivo/Negativo
Os leitores fiéis ao título J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga podem perceber o padrão de estrutura adotado por Giancarlo Berardi. O fluxograma do esquema começa com a pergunta: qual é o cenário da trama? Garden City ou outra cidade?
Se for outra cidade, como nesta edição, há vários pontos que são cumpridos: Júlia é vista em trânsito, momento em que seus pensamentos viajam; algo inesperado acontece no seu destino, ou antes dele, impedindo-a de chegar; algo banal esconde uma situação ética complica.
Há uma variante dentro do esquema fora de casa. Se for uma grande cidade, Júlia se encanta pelo cosmopolitismo e tem de enfrentar sua situação de "estrangeira". Se for uma pequena cidade - como Myrtle County e seus quase dois mil habitantes - a criminóloga é desafiada por representantes do pensamento retrógrado e protegida por outros personagens mais inteligentes.
Como não pode deixar de haver uma tensão sexual entre Júlia e algum outro personagem, na falta de Webb, algum habitante local ocupará esse posto. No caso desta edição, é com a xerife da cidade.
Interessante como Berardi gosta de se meter até os cotovelos em questões de preconceito e instigar, desafiar e denunciar a situação das minorias.
Com o seu toque de Dogville, a trama, no seu quarto final, aponta para muito mais do que se dizia até então. E o segundo enredo, paralelo ao primeiro e menor em importância, se resolve nos últimos quadrinhos.
Essa outra história é mais uma característica reconhecível dos roteiros de Berardi, o ritmo. Não é à toa que muitas histórias de Júlia, esta incluída, têm tantas citações de canção e de poesia.
Ao conduzir duas tramas simultaneamente, é possível dividir os pesos e as atenções da protagonista, ditando o ritmo de leitura.
E, ao final da edição, fica aquela sensação de ter tido mais uma aula de roteiro narrativo.
Classificação: