J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA # 93
Editora: Mythos - Revista mensal
Autores: Giancarlo Berardi (argumento), Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (roteiro) e Mario Jannì (arte) - Publicado originalmente em Julia # 93.
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Agosto de 2012
Sinopse
Esqueletos no porão - Um simpático e prestativo casal de velhinhos é, na verdade, uma dupla de assassinos insaciáveis. E Minnie, a filha de Emily Jones, resolveu sair de casa e não deu mais notícias. São dois casos para Júlia Kendall resolver.
Positivo/Negativo
"Porque a vida é uma piada e todos nós, com o nosso orgulho, somos só pedaços de carne que andam!"
Essa é uma frase que surgirá bem no final da HQ, dita por um dos assassinos seriais (isso não é nenhum "estragar surpresas" porque já sabemos que os idosos são os assassinos desde a capa). Ela é o espírito desta trama, que gira em torno do abandono.
Pais desatentos que abandonam a filha sem lhe dar atenção, abandonam um ao outro mais tarde, e são abandonados por ela depois. E um casal que procura pessoas à própria sorte para matar. E, claro, a investigação está nas mãos de uma órfã, solteira, que mora sozinha com sua gata.
Abandono não parece ser um bom tema para piadas, mas o que o personagem quer dizer é sobre a gratuidade das situações.
Os seres humanos são orgulhosos de sua condição demasiada humana, mas não passam de pedaços de carne batendo de um lado e do outro da existência, acreditando que há salvação e sendo abandonados de qualquer esperança.
Isso em um único dia. Só pode ser uma piada: previsível. Se bem contada, satisfaz; se mal conduzida... bem, é só uma piada.
Dentro dessa visão pessimista, desumanizadora, o personagem chega ao hedonismo bizarro do homicídio e do canibalismo.
Quanto à construção, o sempre elogiado ritmo da revista está um pouco atropelado aqui com dois enredos que exigem bastante atenção, prejudicando um pouco o fumetto.
Mas como reclamar de um gibi que coloca ao leitor o tipo de questão acima?
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