Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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JLA – Heaven’s ladder

9 maio 2014

JLA – Heaven’s ladderEditora: DC Comics – Edição especial

Autores: Mark Waid (roteiro), Bryan Hitch (desenhos), Paul Neary (arte-final) e Laura Depuy (cores).

Preço: US$ 9,95

Número de páginas: 72

Data de lançamento: 2000

Sinopse

A Liga da Justiça enfrenta seu caso mais espetacular quando a Terra e diversos planetas são abduzidos pela raça mais antiga do universo. Só que esses alienígenas estão morrendo, e os heróis deverão criar um Paraíso para confortar a alma de verdadeiros deuses.

Positivo/Negativo

O especial em formato tabloide JLA – Heaven’s ladder pode ser entendido como o zênite dos quadrinhos de super-heróis, o triunfo da criatividade e dos bons sentimentos sobre todas as forças.

A Liga da Justiça definitiva surgiu renovada em 1997, pelas mãos de Grant Morrison e Howard Porter, logo conquistando a preferência dos leitores por sua abordagem grandiosa com os ícones da DC Comics. No lugar da vigilantes carrancudos e angústia doentia, eles investiam em ação frenética através do tempo e do espaço, numa tela maior que a vida.

Mas, passados três anos, Morrison e Porter seriam substituídos, e a editora precisava de uma equipe criativa à altura. Assim, o roteirista Mark Waid e o ilustrador Bryan Hitch foram escolhas naturais, por vários motivos.

Foi a fase de Waid à frente do Flash que inspirara Morrison a retomar os quadrinhos de super-heróis como fonte de otimismo. Waid mostrou o regresso dos clássicos na minissérie Reino do Amanhã, a vitória do ideal heroico original. Por fim, ele havia reunido a formação da equipe com os “Sete Magníficos” anos antes, em Justice League – A Midsummer’s Nightmare.

Já Bryan Hitch se destacava em The Authority, uma violenta reinterpretação dos grupos de super-heróis em escala global. Os novos criadores iriam longe, só que ninguém imaginava quanto.

Em Heaven’s ladder, a escala dos acontecimentos é tão majestosa e fora da realidade que fica difícil não terminar a leitura maravilhado. A Liga da Justiça precisa lidar com os alienígenas originais da Criação, que estão morrendo e passam a sequestrar planetas em busca de algo em que acreditar.

Tudo começa parecendo uma aventura típica de super-heróis, ainda que formatada para o escopo da equipe. Contudo, a história que se segue investiga espiritualidade e crenças pessoais de diferentes raças extraterrestres ao redor do cosmos, bem como dos próprios integrantes da Liga.

Fica claro que o objetivo de Waid não é pregar nenhum credo particular, apenas mostrar o poder de verdades além do que é sensorialmente perceptível, e como os maiores heróis da Terra exemplificam esse potencial.

Trata-se de um propósito único e admirável para super-heróis tão conhecidos do grande público, o que não deixa de surpreender. O enredo mostra alguns planetas familiares, como Colu e Thanagar, outros diferentes, como Ventura, e ainda viaja para a quinta dimensão.

A cada investida, os autores apostam na reflexão filosófica sem perder o foco na aventura e nos bons diálogos, criando uma graphic novel inteligente, provocadora e divertida. Mesmo figuras como o Homem-Borracha e Aço encontram espaço para brilhar, muito além do papel de coadjuvantes em meio a Superman, Batman e Mulher-Maravilha.

Em termos de arte, Hitch apresenta um trabalho memorável, muito bonito e realista na medida certa (que só deixa os justiceiros da Liga ainda mais admiráveis), valorizado pelo formato gigante da revista.

Texto e desenhos estão em perfeita sintonia, e vale apreciar demoradamente cada página. Uma obra de rara beleza, que não perde o encanto, mesmo após mais de uma década de seu lançamento.

Eles serão sempre os melhores do mundo, os campeões da verdade e da justiça, os mestres da vida e de tudo o que há de mais belo no universo. Podem ser a melhor ideia que a humanidade já teve, e personificam sonhos e aspirações de cada criança, jovem e adulto no mundo. Nada pode detê-los e invariavelmente estão prontos para desafiar as forças da maldade e melhorar as condições de vida de nossa civilização. Pelas mãos de Mark Waid, talvez o mais apaixonado entusiasta dos super-heróis em atividade, junto ao lápis mágico de Bryan Hitch, os membros da Liga da Justiça superaram todos os limites e fizeram valer a fé de toda uma vida.

JLA – Heaven’s ladder (lançado no Brasil pela Panini, como Escada para o céu) deixa evidente que a força avassaladora desses mitos contemporâneos não está em poderes paranormais ou num intelecto superior, mas em seu coração.

Classificação

5,0

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