Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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JLA - NEW WORLD ORDER

1 dezembro 2012

JLA - NEW WORLD ORDER

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: Grant Morrison (roteiro), Howard Porter (desenhos), John Dell (arte-final), Pat Garrahy (cores) e Heroic Age (separações).

Preço: US$ 5,95

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 1997

 

Sinopse

Reimpressão das quatro primeiras edições da série mensal JLA, com uma nova formação da Liga da Justiça, iniciada em 1997.

A Terra recebe a visita de um misterioso grupo de extraterrestres superpoderosos, que logo se declaram os novos protetores do planeta, levam vida aos desertos e eliminam ameaças criminosas. Mas os integrantes do Hyperclan têm um segredo perverso e representam um perigo sem precedentes para o mundo.

E apenas a nova Liga da Justiça se posiciona entre eles e uma vitória arrasadora.

Positivo/Negativo

De todas as consequências da megassaga Crise nas Infinitas Terras para a condução do Universo DC, em 1986, foi lamentável Liga da Justiça perder Superman, Batman e Mulher-Maravilha.

A equipe foi criada, décadas antes, como força primordial em defesa do planeta, com os maiores ícones dos quadrinhos de super-heróis. E sem os principais representantes desse panteão, um elemento de grandeza acabou esquecido. A Liga, então, passou por uma popular fase cômica, pelas mãos de Keith Giffen e J.M. DeMatteis, que não contava com os medalhões da editora, e depois amargou histórias sofríveis por autores de menos talento.

Quando tudo parecia perdido, no entanto, entrou em cena Grant Morrison, que relançou a revista dos "Sete Grandes" em 1997, com o título simplificado JLA, um tom icônico e majestoso, e ideias grandiosas em proliferação frenética.

O autor simplesmente ditou um novo rumo para os gibis de ação e aventura com justiceiros fantasiados. O encadernado JLA - New World Order reuniu as quatro primeiras edições dessa fase inesquecível, a preço popular, e é oportunidade perfeita para mergulhar neste universo mágico.

O arco inicial da nova Liga da Justiça presta homenagem aos clássicos de ficção científica das décadas de 1950 e 1960, e deixa clara a abordagem de Morrison para os personagens: ação ininterrupta e forte choque de personalidades, em escala global.

Nada mais há de dramas urbanos ou situações domésticas, e o detalhe em um quadro do ilustrador Howard Porter em que personagens da rival Marvel, Dr. Destino e Wolverine, estão na fila de execuções do Hyperclan, não deixa dúvidas de que se trata mesmo de uma Nova Ordem Mundial.

O roteirista escocês, na época, era mais conhecido por suas esquisitices no selo Vertigo, e JLA foi a prova de que ele poderia brincar à vontade com super-heróis tradicionais. Apesar da trama aparentemente simples, escondem-se reflexões sobre o papel desses defensores da verdade e da justiça no mundo contemporâneo, mas sem retirar o foco da ação e do suspense. E vale ressaltar que os criadores entenderam como poucos o que faz funcionar um boa revista do gênero.

Hoje, ninguém duvida da importância de Superman e Batman para a equipe, mas Morrison precisou demonstrar com clareza por que eles seriam essenciais na formação definitiva da Liga. O Morcego, em especial, surge numa de suas versões de maior apelo junto ao público, literalmente o ser humano mais perigoso da Terra.

Da mesma forma, o Superman é apresentado como um líder imbatível para toda a humanidade e, assim, as boas caracterizações se sucedem no decorrer do volume.

Outro destaque vai para Kyle Rayner, o Lanterna Verde novato que teve aqui sua primeira grande chance junto aos maiorais. A Liga da Justiça estava em sintonia com todas as grandes mudanças ocorridas no Universo DC, e até aquelas que não convenciam em outros títulos funcionavam melhor sob a pena de Morrison.

Já a arte de Howard Porter fugia do convencional, mas especificamente nessas primeiras aventuras, funciona nas cenas de ação e perigo. O melhor trabalho de sua carreira, sem dúvida.

JLA foi palco de aventuras grandiosas, tanto as assinadas por Grant Morrison quanto as de seu substituto Mark Waid, alguns anos depois. O título popularizou nos quadrinhos a ação no estilo de um blockbuster cinematográfico com cérebro, devolvendo aos super-heróis a energia contagiante de suas origens.

É uma pena que no Brasil a série nunca tenha recebido publicações à altura. Primeiro saiu em formatinho pela Abril - que nunca lançou o arco final - e depois teve apenas um encadernado em capa dura pela Panini, que parece ter desistido da empreitada.

Como a situação não deve mudar, fica a recomendação pelo material importado. Vale prestigiar a fase dos heróis que nunca mereceram tanto o título de Melhores do Mundo.

 

Classificação:

4,0

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