JOHN CONSTANTINE - HELLBLAZER - PASSAGENS SOMBRIAS
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Ian Rankin (texto) e Werther Dell'Edera (arte) - Originalmente em John Constantine - Hellblazer - Dark Entries.
Preço: R$ 17,90
Número de páginas: 216
Data de lançamento: Novembro de 2011
Sinopse
John Constantine é contratado por uma equipe de TV para resolver um caso de assombração na casa que serve de cenário para o reality show Passagens Sombrias, sucesso de audiência na Inglaterra.
Infiltrado pelos produtores no programa, sem que os demais participantes saibam de suas reais intenções, o mago deve tentar entender o que está acontecendo naquele lugar cercado de câmeras por todos os lados.
Positivo/Negativo
Há mais de uma década, por todo este início de Século 21, o Brasil tem sido assolado pelo sucesso televisivo dos chamados reality shows. Como acontece com fenômenos do tipo, ele tem tamanha abrangência e massificação que divide a audiência entre quem os ama e quem os odeia, restando poucos totalmente indiferentes ao material.
Este lançamento da Panini, com o selo Vertigo, da DC Comics, tem tudo para satisfazer os dois lados públicos.
John Constantine estava levando sua vida de mago underground em Londres até o dia em que chega ao seu apartamento e encontra uma pessoa não convidada lá dentro: o produtor de Passagens Sombrias, programa que submete seus participantes enclausurados em uma mansão a truques para provocar medo.
O problema é que a série de visões e estranhas ocorrências que andam tirando a paz dos seis candidatos a celebridades nos primeiros dias de exibição não é provocada pela equipe da atração. Sua causa é, aparentemente, sobrenatural.
Eis que surge a participação do maior anti-herói da Vertigo, aqui em sua estreia em uma espécie de selo dentro do selo. John Constantine - Hellblazer - Passagens Sombrias é a primeira história publicada no Brasil da linha Vertigo Crime, que enfatiza tramas policiais e de suspense.
Para escrever o material, foi convocado um autor especializado neste tipo de literatura, com romances premiados e de sucesso: Ian Rankin. Ele cria uma trama que começa com esse lado investigativo e vai aumentando o teor do paranormal com firmeza, para se manter fiel ao estilo do protagonista.
O ponto de virada da trama pode ser percebido facilmente por quem observar a publicação lateralmente, pois, a partir de pouco mais da metade, exatamente da página 120, a cor de fundo das páginas muda, do branco para o preto. Para os leitores que não gostam de spoilers, é recomendável nem mesmo folhear esta segunda metade da graphic novel.
Não apenas o fundo se alterna entre o branco e o preto. Esses são também os dois únicos tons empregados pelo desenhista Werther Dell'Edera na arte, o que dá a revista, com seu formato pocket (13,5 x 20,5 cm) e grande número de páginas, uma aparência de quadrinhos nada americanos. O material pode facilmente ser confundido com um mangá ou com as HQs vindas do país do ilustrador, os fumetti italianos.
Aliás, mesmo sendo, como enfatizou Warren Ellis em uma declaração reproduzida na contracapa do álbum, "uma clássica história de John Constantine", Passagens Sombrias poderia muito bem ser também uma aventura de outro investigador paranormal sediado em Londres, o bonelliano Dylan Dog.
Caso fosse mesmo protagonizada pelo chamado Detetive do Pesadelo, algumas passagens seriam até menos surpreendentes. Como no momento em que, logo ao chegar à casa do reality show, Constantine já vai parar embaixo do edredom de uma das subcelebridades. Algo assim é bem mais típico da atitude de grande conquistador do personagem criado na Itália.
De qualquer forma, é possível reconhecer, sim, John Constantine naquelas páginas (nas brancas e, principalmente, nas pretas).
Classificação: