Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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JONAH HEX – OESTE SOMBRIO

26 agosto 2009


Autores: Joe R. Lansdale (roteiro), Timothy Truman (desenhos) e San Glanzman (arte-final).

Preço: R$ 12,90

Número de páginas: 60

Data de lançamento: Janeiro de 2003

Sinopse: Após ser inocentado em um estranho julgamento, Jonah Hex (com a ajuda de Tom Grandão) enfrenta e aniquila boa parte dos familiares da vítima - um anão pistoleiro pertencente ao circo peregrino de Bufalo Will (com W mesmo), que está acampado próximo.

Tom convida Hex a participar do espetáculo, e é neste momento que o caçador de recompensas verá o quão bizarro pode ser o Velho Oeste, um local onde todo tipo de gente esquisita tem suas próprias histórias e motivações.

Positivo/Negativo: Na quarta capa deste álbum, o leitor verá escrito o seguinte: "O roteirista Joe R. Lansdale e o desenhista Timothy Truman transportaram com maestria o velho pistoleiro desfigurado para um mundo de horror e depravação. Os diálogos de Lansdale não perdoam os mais sensíveis e o traço de Timothy Truman - aliado ao nanquim de Sam Glanzman - consegue retratar com precisão o 'verdadeiro' velho oeste... sem galantes cavaleiros, xerifes com estrelas polidas e duelos de honra. Um faroeste para os tempos modernos... um genuíno Oeste Sombrio...".

Ao conferir o descrito acima, o leitor poderá antecipar que se trata de uma história de faroeste macabro, altamente violenta, na qual pistoleiros dominarão as páginas a custo de muitas balas e sangue.

E, por se tratar de Jonah Hex - um dos personagens de western mais casca-grossa que dos quadrinhos - tal previsão ganha fulcro nesse sentido.

Pura fachada.

Logo nas três primeiras páginas, nota-se claramente a intenção do escritor Joe R. Lansdale e do artista Timothy Truman ao elaborarem esta obra: o mais puro e corrosivo humor negro, aliado a um nonsense que lembra muito os roteiros de Garth Ennis, mas não chega nem perto da qualidade de muitos escritos do roteirista irlandês.

Desde a cena inicial do julgamento até um verdadeiro circo de horrores, com direito a um híbrido de urso com humano (!), passando por tipos tão esquisitos quanto seus nomes, esta HQ (que saiu lá fora como uma minissérie em três partes) foi a terceira e última investida desta equipe criativa com o pistoleiro deformado durante os anos 1990.

Assim como as duas histórias anteriores (uma delas publicada com o titulo Pistoleiro do Além, nas edições 10 e 11 do antigo título Vertigo, pela Abril), a descaracterização do personagem é gritante: humor extremamente ácido e sarcástico, coadjuvantes esquisitos e toscos e, o pior de tudo, roteiros pífios, cuja única lembrança que merecem é o lugar reservado no limbo do esquecimento.

Se a década passada não foi boa para o gênero heroico, o mesmo pode ser dito sobre Jonah Hex, que reapareceu protagonizando três minisséries muito fracas - e justamente após seu fracasso no futuro, no título que durou apenas 18 números, chamado Hex, ainda na década de 1980.

Extremamente diferente das origens e historietas do personagem que comandaram a revista All-Star Western/Weird Western Tales e do título próprio, que durou mais de 90 edições antes da malfadada decisão editorial da DC de transformar Jonah Hex num Mad Max caubói, Oeste Sombrio encerra a trilogia de Lansdale e Truman da mesma forma como começou: ruim e sem carisma.

Talvez se salvem os desenhos de Truman, que sempre mostrou talento. Seus trabalhos mais famosos incluem a clássica minissérie de reformulação do Gavião Negro, uma breve passagem pelo universo expandido de Star Wars e, recentemente, o comando de Conan, o Cimério, da Dark Horse, angariando sucesso e boas críticas neste último, como escritor.

Para completar, a edição nacional corrobora a má qualidade apresentada. Nas margens superiores e inferiores das páginas, percebe-se o corte nos quadros deixando cenários, rostos e onomatopeias pela metade, tudo para "encaixar" o formato americano no adotado pela Opera Graphica, que é menor.

Além disso, o preço de quase R$ 13,00 por uma edição de 60 páginas em preto e branco chega a ser abusivo, considerando que a história saiu colorida originalmente.

Ou apenas mais um dentre tantos absurdos que esta obra contém.

 

Classificação:

4,0

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