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JUBIABÁ DE JORGE AMADO

1 dezembro 2010

JUBIABÁ DE JORGE AMADO

Editora: Quadrinhos na Cia. - Edição especial

Autores: Jorge Amado (texto original) e Spacca (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 29,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Maio de 2009

 

Sinopse

Antônio Balduíno é um negro que luta para viver e sobreviver na Bahia. No seu caminho, muitas histórias de amor, luta e traições.

Positivo/Negativo

A principal dificuldade de se fazer uma adaptação de um livro para os quadrinhos é encontrar exatamente o que retratar na trama para que a narrativa fique com um ritmo correto e faça sentido para quem a lê pela primeira vez.

Nesse sentido, Jubiabá de Jorge Amado, do selo de quadrinhos da Companhia das Letras - Quadrinhos na Cia. - é uma verdadeira aula de adaptação.

Sobretudo porque Spacca (de Santô e os pais da aviação) captura a essência da obra do autor original, Jorge Amado, e traduz seu espírito perfeitamente em quadrinhos.<;p>

Antônio Balduíno é o típico personagem brasileiro, um malando que sofre para sobreviver, para superar desventuras amorosas e para vencer as mazelas sociais que aplacam o povo. E nada disso passa incólume, nem por Jorge Amado e nem por Spacca.

Voltando à questão do ritmo, tudo tem o tempo certo na HQ. O amor não correspondido de Balduíno por Lindinalva, por exemplo, permeia a trama, mas não a guia. Ele está sempre presente para recolocar as motivações do protagonista nos eixos, mas não é o mote principal. Viver uma vida pobre na Bahia é justificativa suficiente para a história e as anedotas que a compõem.

Dentre as várias tramas dentro do álbum, merecem destaque a ascensão e a queda de Balduíno dentro do mundo do boxe e sua liderança sindical e social (tema recorrente em muitas histórias de Jorge Amado).

E Spacca não deixa de lado outro aspecto importante da obra de Jorge Amado: o erotismo. Mesmo sendo um livro produzido para fazer parte de programas de governo - contando, inclusive, com vasto material de extras no final, exigência de alguns editais -, cenas de sexo são mostradas sem pudor e sem exageros, na medida certa.

E a narrativa visual gráfica de Spacca salta aos olhos. O autor controla a ação e os diálogos pelos desenhos, aumentando ou diminuindo os quadros conforme a movimentação das cenas. As cores também exercem papel importante, tanto na composição dos quadros que formam as páginas, quanto nas emoções dos personagens. Merece destaque especial a cena do velório (p. 49 a 52).

O resultado de Jubiabá é uma história brasileira verossímil e marcante, que, transposta para os quadrinhos, pode atingir ainda mais leitores que ainda não a conheciam.

Classificação:

4,0

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