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JUSTICEIRO – ANO UM # 1

1 dezembro 2011

JUSTICEIRO - ANO UM # 1

Editora: Abril Jovem - Minissérie em duas edições.

Autores: Dan Abnett e Andy Lanning (roteiro), Dale Eaglesham (desenhos e capa), Scott Koblish (arte-final), Marie Javins, Colin Jorgensen e Justin Gabrie (cores) e Vince Evans (pintura da capa) - Originalmente publicado em Punisher - Year One # 1 e # 2, em 1994 e 1995.

Preço: tabelado, na época

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Maio de 1996

 

Sinopse

A polícia e os jornais relataram a morte de Maria Castle e seus dois filhos, em um tiroteio no Central Park, em Nova York. O único sobrevivente da família, Frank Castle, viria a se tornar um sanguinário vigilante algum tempo depois.

Todavia, o que se sucedeu imediatamente após a chacina tem permanecido um mistério. Pouco se sabe e quase nada foi revelado.

Eis a história jamais contada, os detalhes desconhecidos da morte de uma família inocente, e o início da queda de um homem numa cruzada sem fim.

Positivo/Negativo

A cena do sangrento piquenique em Sheep Meadow (no coração do Central Park) é repetida à exaustão ou, no mínimo, esporadicamente trazida à baila nas histórias do Justiceiro, antigas ou atuais, em variadas reinterpretações.

Difícil encontrar alguma delas que não faça tal menção às trágicas origens do personagem.

Como o anti-herói vinha galgando espaço na Marvel desde sua ligeira aparição numa aventura do Homem-Aranha por Frank Miller (Amazing Spider-Man Annual # 15, de 1981) e após reformulação orquestrada pela dupla Steven Grant e Mike Zeck, chegando a possuir três séries regulares entre fins dos anos 1980 e início da década seguinte, a editora decidiu que havia chegado o momento de contar definitivamente como tudo isso ocorreu.

Era hora de os leitores finalmente testemunharem o "epílogo" daqueles tenebrosos acontecimentos, que levaram um acerto de contas da máfia a se transformar no inferno pessoal de Frank Castle - posteriormente, também no dos criminosos.

A história começa com uma impactante página dupla, retratando a cena do crime já ocorrido. Agora é a vez da polícia e da imprensa tomarem ciência dos fatos, investigar conexões e cruzar referências. Tudo isso nas costumeiras figuras da dupla de detetives designada para o caso, bem como do repórter sensacionalista que só enxerga uma oportunidade ao prêmio Pulitzer, a qualquer custo.

De início, a narrativa, contrariamente ao que se espera, não se prende à visão de Frank Castle. Somente da metade em diante se tem tal referência pessoal, mas sempre acompanhada da burocracia que toma conta do enredo, como um thriller policial.

Mesmo sem aparecer muito nesta edição, Castle tem cenas marcantes, como o momento em que desperta dentro de um saco mortuário e começa a agredir qualquer um por perto, até parar e perder os sentidos quando vê a esposa morta, antes de desabar junto ao corpo dela.

Realmente, é chocante.

Participações especiais são vistas ou citadas: Peter Parker, Robbie Robertson e boa parte dos coadjuvantes do Clarim Diário. Até o professor Miles Warren - alter ego do Chacal, o vilão que manipulou o Justiceiro e que também teve sua primeira aparição nas páginas de The Amazing Spider-Man # 129 (1974) - faz ponta como clínico substituto responsável pelos dois sobreviventes do massacre.

Isso mesmo: no que foi um retcon fugaz e desnecessário, um mafioso havia sobrevivido ao ataque junto com Frank, mas morre poucas páginas depois.

O problema mesmo é a arte. Infelizmente, o bom traço do desenhista Dale Eaglesham saiu prejudicado graças ao jogo de cores berrantes para cenas que não pediam isso. A própria noção de quando é dia ou noite é completamente esquecida nesse psicodélico trabalho de mau gosto.

Sinal de uma época que guardava resquícios das combinações estapafúrdias da década anterior, com roxos e amarelos desagradáveis.

Em contrapartida, compensando a deficiência do miolo, as capas pintadas por Vince Evans são verdadeiras molduras, todas retratando a angústia do personagem de diferentes formas e em várias representações artísticas.

São itens que realçam o luxo dispensado às duas edições desta história.

Classificação:

4,0

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