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JUSTICEIRO – ANO UM # 2

1 dezembro 2011

JUSTICEIRO - ANO UM # 2

Editora: Abril Jovem - Minissérie em duas edições.

Autores: Dan Abnett e Andy Lanning (roteiro), Dale Eaglesham (desenhos e capa), Scott Koblish (arte-final), Marie Javins, Colin Jorgensen e Justin Gabrie (cores) e Vince Evans (pintura da capa) - Originalmente publicado em Punisher - Year One # 3 e # 4, em 1995.

Preço: tabelado, na época

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Maio de 1996

 

Sinopse

Diante dos álibis forjados da família mafiosa dos Costa, e da cumplicidade corrupta de seus superiores, o detetive John Laviano não tem alternativa senão encerrar sua investigação sobre o assassinato da família de Frank Castle.

Sentindo-se traído, Castle se volta para o repórter McTeer, na esperança de conseguir alguma justiça por intermédio da imprensa, mas descobre que o fracassado jornalista também foi alvo da máfia.

Sozinho, sem ninguém a quem recorrer dentro do sistema legal, Castle decide fazer justiça com as próprias mãos. Todos os criminosos terão sua especial atenção, de modo como a lei jamais conseguiria. Surge o Justiceiro.

Muito trabalho para um só homem, mas ele tem a vida inteira.

Positivo/Negativo

Agora, sim, mostra-se o perfil conhecido do maior anti-herói dos quadrinhos norte-americanos. Deixando de lado alguns dispensáveis diálogos e certas participações insossas, meras homenagens da primeira edição, Frank Castle começa a sua guerra particular contra os criminosos.

A trama foca em definitivo as atitudes e a psique abalada de Castle, seus desgostos para com um falido sistema que nada fez de efetivo para julgar e punir os culpados por sua desgraça.

Vendo que nada adiantaria seguir um caminho legal, ele decide trilhar o seu próprio à margem da lei, longe de regras, ignorando sentenças demoradas e nem sempre justas.

Muitos são os momentos que fazem clara referência ao modus operandi do vigilante nos seus áureos tempos com Chuck Dixon e Mike Baron: descrição do plano de ação, inventário de armas usadas e detalhes do funcionamento destas e o primeiro registro no que viria a ser conhecido como o seu Diário de Guerra.

A chegada de Frank ao local onde estão os mafiosos é vista, por ele mesmo, como mais um campo de batalha de alguma guerra fictícia.

Sua mente regride: cada um deles é um soldado inimigo. Cada movimento seu é calculadamente discriminado seguindo procedimentos militares. Cada tiro disparado é feito sem equívocos ou tropeços.

Um verdadeiro exército de um homem só.

Igualmente, muitas dessas cenas foram emprestadas e adaptadas no filme estrelado por Thomas Jane, em 2004. A famosa litania "sic vis pacem, para bellum" e o discurso sobre justiça natural e revanche, na tentativa de justificar o que viria a fazer enquanto prepara seu arsenal, são algumas delas.

E o principal, o símbolo característico da sua insana cruzada: um colete à prova de balas, personalizado com a marcante caveira branca e desbotada.

Não menos importante, o encontro com Billy "Beleza" Russo, resultando na desfiguração de seu rosto. O resto é pura história.

Uma boa surpresa é constatar que os desenhos melhoram um pouco. As cores em tons moderados se adéquam ao clima da história, um pouco mais nítidas e melhor distribuídas entre os quadros. Os contrastes estão bem delimitados, deixando a arte mais limpa.

Vale mencionar uma interessante característica desta minissérie: mesmo elaborada no princípio da década de 1990, objetos, cenários, veículos e roupas dos personagens remetem aos anos 1970, quando o Justiceiro fazia sua estreia na Marvel. Nada na trama deixa claro quanto às datas dos acontecimentos narrados, contudo, tal hipótese temporal é plenamente possível.

Hoje, a maioria dos leitores considera, muitas vezes com razão, o trabalho de Ennis como definitivo para o personagem. O próprio roteirista criou sua versão para os culpados pela tragédia, na excelente história A Cela (Justiceiro Anual # 1, em 2006), quando o Justiceiro confronta cada um dos integrantes daquele fatídico dia e aplica sua vingança de forma brutal.

Mas é bom lembrar que as bases disso tudo já estavam construídas, esperando meras "reformas" e atualizações para a incansável exposição uncut dos tempos modernos.

Por isso, Justiceiro - Ano Um é leitura indispensável, um relatório policial a ser constantemente desarquivado para a nova geração.

Classificação:

4,0

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