O Justiceiro é um personagem que se adaptou muito bem ao selo Marvel Max. Seu violento instinto de fazer justiça com as próprias mãos funciona melhor em histórias de tom mais pesado, em que os autores não precisam se preocupar em não carregar no sangue.

As meninas de vestido branco reúne cinco edições da revista. Nelas, o personagem vai à fronteira entre Estados Unidos e México - uma região famosa pelas sangrentas disputas entre traficantes - para tentar resolver um problema envolvendo assassinato de jovens e roubo de órgãos. Um tema pesado.

A grande sacada do roteiro de Hurwitz é colocar o Justiceiro em uma posição pouco comum: a de dúvida. Ele comete um erro - que não será contado aqui, para não prejudicar a leitura - e se arrepende muito.

Então, em vez de sair atirando em todos os bandidos, ele questiona seus atos. Uma visão interessante sobre um personagem mais famoso por sua brutalidade do que por seus questionamentos psicológicos.

A narrativa visual é bem tradicional, sem grandes ousadias na disposição dos quadros ou páginas arrebatadoras. Mas o traço econômico de Campbell e as cores sóbrias de Loughridge casaram bem com o estilo da trama.

Assim como a Panini tem feito em algumas edições, este encadernado do Justiceiro saiu com capa dura e papel especial, mas, por ter sido impresso na Indonésia, chegou ao mercado por um preço bastante convidativo. É uma opção interessante para quem procura uma boa história do personagem.