JUSTICEIRO & ELEKTRA # 2
Título: JUSTICEIRO & ELEKTRA # 2 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Justiceiro - Garth Ennis (roteiro) e Steve Dillon (desenhos);
Elektra - Greg Rucka (roteiro) e Carlo Pagulayan (desenhos).
Data de lançamento: Março de 2003
Preço: R$ 3,50
Sinopse: Justiceiro - Matando La Vida Loca: Numa aventura passada na floresta amazônica e em Nova York, Frank Castle resgata um influente chefão da máfia e revela as razões de tão louvável ação.
Elektra - Introspecção - Parte 2: A mercenária é obrigada, por um violento processo de resgate de memória, a ganhar consciência da crueldade dos seus atos.
Positivo/Negativo: Nada de novo no front! O número dois da nova revista da Panini possui uma bela impressão, bom papel e um preço camarada! Até aí, sorte que nada mudou. Os problemas começam quando se avalia os aspectos qualitativos do título.
Como já era de se esperar, a segunda parte da aventura de Frank Castle/Justiceiro, que se passa na América Latina, é divertida (o título já detona, de cara, a nova música pop latina), violenta, cínica e absurda como poucas.
Não é todo dia que o leitor descobre o que um punho fechado pode fazer dentro de uma boca escancarada. O roteiro de Garth Ennis apresenta uma "outra face" de Soap, o meganha mais "Zé-mané" desde a aposentadoria do Guarda Belo (aquele do clássico desenho do Manda-Chuva)!
Pela trama pouco linear, o trabalho de Ennis e Dillon consegue um raro ritmo narrativo, que faz com que a violência ganhe tons cômicos para reafirmar, paradoxalmente, o discurso da não-violência.
Pode ser muita sutileza para alguns, mas Castle é um personagem que nunca relaxa. Ele só não está tenso quando para de respirar. Como um Batman sem direto a uma "vida civil", o anti-herói é amaldiçoado pela memória e pelo rancor. Até uma anaconda, uma das coadjuvante mais divertidas da história das HQs, realiza sua "função" com mais alegria e tranqüilidade.
Para ressaltar tanta angústia, Ennis exibe o personagem, numa "linda" camisa florida, passeando pelo carnaval: um urso polar não se sentiria tão deslocado nesse cenário.
Quem sabe um dia, a Marvel e a DC Comics entram num acordo para que John Constantine e o Hitman possam convidar o Castle para um papo e tomar uma cerveja no bar Riviera, aquele na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação!
Quanto à aventura da Elektra, o melhor é esperar esta série terminar. O que já era ruim no número anterior tornou-se péssimo nesta edição.
É preciso ter muita paciência para acompanhar a "seção de terapia" da pobre criação de Frank Miller. Com esta aventura, o discurso antiviolência torna-se tolo, superficial e de um moralismo ambíguo. A punição da assassina é de uma falta de imaginação que faria corar de vergonha até mesmo os nossos comentaristas de futebol das noites de domingo.
Evidentemente, a garotada vai vibrar com o belo desenho, que a traz vestida apenas de camisa de força e uma calcinha vermelha. Eis aí, mais vez, o truque: o enredo é uma bobagem sem graça? Então, coloque aí a garota seminua!
Terminadas as duas histórias, fica a impressão de que, após ficar perplexo com o grau de cinismo do Justiceiro, o leitor deverá pensar algo do tipo: "Está vendo? Não há prazer que dure para sempre"!
Para todos os efeitos, o leitor vai se divertir com esta "instigante " publicação mensal da Panini!
Classificação: - Fernando Viti
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