JUSTICEIRO & ELEKTRA # 3
Título: JUSTICEIRO & ELEKTRA # 3 (Panini Comics) - Revista mensal
Autores: Justiceiro - Garth Ennis (roteiro) e Darick Robertson (desenhos);
Elektra - Greg Rucka (roteiro) e Carlo Pagulayan (desenhos).
Preço: R$ 3,50
Número de Páginas: 48
Data de lançamento: Maio de 2003
Sinopse: Introspecção - Como parte do plano de vingança de vítimas diretas e indiretas de suas atividades como assassina, Elektra vaga pelo deserto no limite de suas forças.
Matéria exclusiva - Em busca de furo de reportagem, Chuck Self, um repórter sem escrúpulos, chantageia Frank Castle, na esperança de manipulá-lo.
Positivo/Negativo: Uma situação recorrente: você entra na banca e dá de cara com uma capa impressionante (obra do talentoso Greg Horn). Motivado, toma a revista em mãos, abre a mesma e se depara com uma primeira página tão bem trabalhada quanto a capa. O preço é convidativo... Você compra a HQ...
Chega em casa, começa a ler a aventura da Elektra, e percebe o blefe que são esses roteiros de Greg Rucka ,o mesmo que nos brindou com a bobagem chamada Mulher-Maravilha - Hiketeia.
O talento de Carlo Pagulayan e equipe é inegável. As seqüências do deserto constituem um excelente trabalho com as cores branca, verde, azul e o vermelho das vestes da Elektra; a diagramação das páginas correspondentes é ágil, equilibradas e sem qualquer exagero "modernoso".
No entanto, pra variar, o roteiro é o ponto fraco. A aventura traz um debate ético de tamanha superficialidade, que faria a alegria de "intelectuais" como Ratinho e o saudoso Flávio Cavalcanti (se nunca ouviu falar, pergunte para seus pais), além, é claro, de toda uma tentativa mal-sucedida de questionamento sobre a vingança pela exposição do sofrimento da personagem. Muita pretensão, e apenas desenhos e páginas visualmente bem concebidos.
A aventura do Justiceiro proporciona muito mais diversão e algumas risadas, pela sátira desenfreada e violenta à praga do "jornalismo verdade" que assola os meios de comunicação de massa em todo o mundo.
Há, aqui e ali, falhas terríveis no roteiro, as quais são plenamente compensadas pelo ritmo perfeito da trama.
Que o leitor esteja preparado para ler uma aventura que, pelo ritmo e humor negro, poderia ser comparada a série Evil Dead, de Sam Raimi: a exemplo do que fez este diretor, para filmes de terror, Garth Ennis, nos quadrinhos, criou um roteiro que traz uma velocidade para a ação comparável a uma montanha russa desgovernada.
Lamentável é a troca de Steve Dillon pelos desenhos de Darick Robertson. Enquanto o primeiro é dono de um traço econômico e equilibra bem o jogo de claro e escuro (talento mais apropriado a uma série se vale do humor agressivo), Robertson é excessivamente detalhista. Além disso, os responsáveis pelas cores e arte-final, respectivamente, Nelson e Matt Milla/Avalon, abusam dos tons escuros e ressaltam de forma exagerada as sombras.
Assim, cria-se, sem dúvida, páginas de grande impacto, mas, igualmente, personagem mais caricaturescos e, conseqüentemente, sem maior gama de expressões de um quadrinho para outro.
Classificação: - Fernando Viti
Classificação: