JUSTICEIRO & ELEKTRA # 6
Autores: Justiceiro - Garth Ennis (roteiro) e Steve Dillon (desenhos);
Elektra - Greg Rucka (roteiro) e Bennet e Miki (desenhos).
Preço: R$ 4,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Julho de 2003
Sinopse: Guerra Urbana - Numa missão em território irlandês, Frank Castle, à medida que percorre as ruas de Belfast, toma contato com os complexos conflitos entre republicanos e legalistas.E, como é praxe, não se contem!
Fora do Templo, Debaixo da Chuva - Parte Um - Buscando reconstruir sua vida, Elektra, dominada por Locke, enfrenta seus limites ao confrontar-se com a misteriosa Drake, a mestra das artes marciais.
Positivo/Negativo: No Justiceiro, Garth Ennis, mais uma vez, prova possuir uma virtude rara entre aqueles que têm a ambição de criar: coragem intelectual. No nosso país, uma piada de mau gosto chamada Brasil, isso é raríssimo. Aqui, como bem sabemos, prevalece uma certa tendência a repetir aquela pérola do pensamento conformista: "Amigo, isto não tem jeito!".
E ao ler uma HQ de aventura e humor negro, o leitor vai se deparar com uma trama que ousa assumir uma posição face ao conflito entre irlandeses e ingleses, que já foi abordado em outra manifestação da cultura pop, pela banda U2, na canção Sunday Bloody Sunday.
Ciente que dão a cara para bater, Ennis e Dillon, o desenhista, criam uma Irlanda tomada por um conflito de todos contra todos, onde a pergunta sobre o porquê do conflito perdeu-se e, assim, permanece a violência pela violência, a serviço dos interesses nada ideológicos.
Não se pede que se concorde com as conclusões dos artistas envolvidos, mas que se constate a pertinência de uma HQ que, ciente do seu poder de questionamento, tem a ousadia de abordar assuntos tão delicados!
No reino da Elektra, com roteiros de Greg Rucka, a decadência segue firme e forte: é preciso admitir que poucas HQs conseguem ser tão fracas assim!
Não bastasse o festival de clichês que estes roteiros conseguem resgatar, a fase atual insiste em passar uma mensagem positiva para uma personagem cujo charme era justamente a moral duvidosa.
Se Ennis é corajoso com as aventuras de Castle, Rucka, a cada nova trama, faz questão de se reafirmar como um dos roteiristas mais covardes e medíocres da atualidade. Como um todo, Fora do Templo, Debaixo da Chuva - Parte Um é uma coleção de equívocos que consegue ser ainda ser pior que o arco anterior. Eis alguns dos problemas:
1) A arte de Bennet e Miki é amadora, infantil e previsível!
2) Há uma patética "necessidade" de mostrar a mercenária de quatro!
3) A configuração das páginas é pra lá de primária!
Da parte do roteiro de Rucka:
4) Não é estranho que uma hospede do rico e poderoso J. Locke tome banho num reles chuveiro elétrico?
5) Na página 30, nasce uma pergunta perturbadora: Elektra não depila as pernas?
6) Collant de lycra preta não cai bem em Elektra!
7) Poucas vezes se viu seqüência de luta mais sem graça do que esta entre a Elektra e a tal Drake.
Para o leitor que valoriza os seus neurônios, esta fase da Elektra é absolutamente descartável!
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