Justiceiro Max – Mercenário
Editora: Panini Comics – Edição especial
Autores: Jason Aaron (roteiro), Steve Dillon (desenhos) e Matt Hollingsworth (cores) – Originalmente em Punisher Max # 6 a # 11.
Preço: R$ 23,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Janeiro de 2015
Sinopse
Contratado pelo Rei do Crime para matar Frank Castle, o Mercenário fará o inacreditável para manter sua marca de jamais ter falhado em liquidar seus alvos.
Positivo/Negativo
Grande é o esforço para não cair nas armadilhas de crítica e simplesmente afirmar que Aaron “exagerou” em Justiceiro Max – Mercenário. Afinal, Garth Ennis transcendeu esse conceito tempos atrás e não permite mais classificar certos recursos como tal, principalmente nos ditos quadrinhos adultos.
Mas, ainda assim, é diferente. Aaron parece mesmo ter perdido a mão depois de seu debut em Justiceiro Max – Rei do Crime.
O Universo Marvel composto pelo autor é um pouco diferente do que se conhece (assim como em boa parte da linha Max), e talvez por isso ele tenha se sentido mais à vontade para compor seus personagens, em especial o Mercenário, um matador sem limites claros de moral.
Até aí, tudo bem, mas há um problema não de conteúdo, e sim de forma. O Mercenário é bobo, pedante, fala demais – em suma, um chato que não transmite seriedade em momento algum.
No mesmo sentido, sua caçada ao Justiceiro parece um teatro de loucura sem sentido, quando ele insiste em precisar entender seu inimigo a ponto de “entrar” na vida de Castle, de corpo, alma e muito sangue (inocente).
O assassino parece estar sempre zombando de todos. Até o Rei do Crime, cansado dos devaneios de seu contratado, desiste de seus serviços. Atitude bem incomum para um criminoso de primeira linhagem que sabe (ou deveria saber como ninguém, na verdade) tirar vantagem de qualquer adversidade. De lunáticos, Wilson Fisk entende muito bem.
Em paralelo, um Justiceiro velho e cansado apenas espera, observando os passos de seu perseguidor, e este é um ponto positivo dentro do argumento composto por Aaron. Mas isso termina quando o Mercenário mexe onde não devia, fazendo Castle ultrapassar os tênues limites que separam justiça e crime.
O roteiro de Aaron é violento e explícito quando não há necessidade. Ao mesmo tempo, é comedido e talvez “incompleto” quando precisa de algo mais para ligar certos elementos da trama, e de determinadas respostas.
Isso fica evidente nas falas e pensamentos dos personagens, que mergulham em devaneios explanatórios desnecessários, verbalizando sentenças rasas e óbvias. Em outras passagens (como o final, por exemplo), Aaron parece querer mostrar algo óbvio, mas nem tanto – e não tão bem construído em termos de narrativa.
A arte de Steve Dillon é sempre uma atração à parte. O traço simples, extremo oposto do rebuscamento (apesar dos rostos sempre muito parecidos), foi perfeito para representar a violência crua de Ennis em Preacher, e não deixa a desejar na hora de mostrar a visceralidade de uma história que tem como personagens o Rei do Crime, Mercenário, e claro, o Justiceiro.
Classificação