JUSTICEIRO/BATMAN – CAVALEIROS MORTÍFEROS
Editora: Abril Jovem - Edição especial
Autores: Chuck Dixon (roteiro), John Romita Jr. (desenhos e capa), Klaus Janson (arte-final), Christie Scheele (cores) e Steve Buccellato (pintura da capa) - Originalmente publicado em Punisher/Batman - Deadly Knights, em 1994.
Preço: tabelado, na época
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Julho de 1996
Sinopse
Retalho escapou das mãos do Justiceiro, mas permanece escondido em Gotham. Continuando sua caçada ao vilão com a ajuda de Microchip, Frank Castle retorna à cidade e arma uma verdadeira guerra particular contra bandidos e a força policial.
Desta vez, o verdadeiro Batman é quem tomará as rédeas da situação, para colocar um basta definitivo no conflito.
Positivo/Negativo
Continuação direta dos eventos anteriores, com os mesmos heróis e vilões. Ou quase isso - agora, o Justiceiro enfrenta ninguém menos que o Batman original, Bruce Wayne, totalmente recuperado do acidente físico que sofrera das mãos de Bane.
Essa reintrodução do Morcego fica evidente nas páginas iniciais, quando já ocorre a primeira briga e comparações entre os vigilantes. Castle não enfrenta mais um brutamontes descuidado e irresponsável; ele esbarra num oponente de habilidades e técnicas refinadas.
Sendo o ardil oculto da primeira história, o Coringa se firma de vez como a mente insana por trás de tudo, usando o Retalho - agora magro - como fachada para operações criminosas objetivando o controle das gangues de Gotham.
Daí por diante, a narrativa entra num jogo de poder e caos urbano, ligeiramente inclinado ao estilo das HQs do anti-herói da Marvel.
Certas disparidades entre os dois encontros são notadas, pois há uma inversão de papéis entre Batman e Justiceiro: o primeiro está mais centrado e racional, enquanto o segundo fica mais louco e nervoso do que antes, "cavalgando no ódio", como ele mesmo enfatiza.
Porém, ainda que Dixon tenha trabalhado por um bom tempo com ambos os heróis, a qualidade do roteiro deixa muito a desejar. Algumas cenas não passam despercebidas à atenção do leitor, graças às participações pouco produtivas (Robin e Microchip), aos furos no enredo ou à duvidosa proposta mostrada.
Numa das cenas, o Justiceiro é reconhecido pelo seu arqui-inimigo e adentra um clube lotado de criminosos, usando uma jaqueta grande e pesada... E nem ao menos é revistado. Nessa omissão, saca o armamento anexo ao copo e manda chumbo pra todo lado.
Já próximo do fim, dois momentos curiosos. Um deles é quando Retalho tem o rosto novamente desfigurado nas mesmas circunstâncias vistas em Justiceiro - Ano Um # 2 (Abril, 1996).
E a cena mais polêmica: Batman pedindo pro Coringa fugir e se salvar, enquanto encara Castle e leva um murro no meio da cara por isso. Tudo para defender a justiça pelos métodos legais, escorando-se no mesmo problema moral ao estilo do que fora mostrado no especial Coringa - Advogado do Diabo.
Mais um sinal do forte e, por vezes, inflexível caráter do Cavaleiro das Trevas.
No quesito desenho, Romita Jr. utiliza-se do conhecido estilo quadrado, infelizmente em demasia aqui, como era costume nos seus trabalhos mais antigos. Certos personagens são idênticos, com bustos exagerados; outros mais parecem bonecos de ventríloquo, tendo rostos talhados.
A última cena da página 35 diz tudo, com um Retalho ferido e cuja cabeça é desproporcional ao restante do corpo, chegando a ficar ridículo.
Para o leitor, a dica: procure embates Marvel/DC melhores do que este. Acredite, é possível.
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