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KAOS! # 2

1 dezembro 2005


Título: KAOS! # 2 (Editora
Manticora
) - Revista bimestral
Autor: Sam Hart, Jean Canesqui, Sandro Castelli, Anderson Cabral e convidados (texto e arte).

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 80

Data de lançamento: Março de 2005

Sinopse: Além das entrevistas com David Lloyd e Lourenço Mutarelli, a revista oferece ainda pin-ups e cinco histórias curtas:

A de Aluguel (de Sam Hart) - Ao fim de um dia problemático, uma designer gráfica quase morre no tiroteio da edição passada.

Meninos Perdidos (de André Valente, Luiz Pereira, Caio Majado e Marcelo Desidério) - Num futuro apocalíptico em que a maior parte dos adultos está morta, crianças sem pais lutam para sobreviver.

Bifurcações (de Jean Canesqui e Julia Bax) - As histórias de uma jovem moderna e seu grupo de amigos.

FF (André Valente) - Um fotojornalista com especial percepção do tempo.

O Homem que tudo vê (de Jean Canesqui e Anderson Cabral) - Sujeito tem câmera acoplada a seus olhos, transmitindo tudo que vê a um certo canal de televisão.

Positivo/Negativo: Kaos! chega ao segundo número, mas continua investindo em histórias sem muita criatividade. E ainda não faz bom uso do preto-e-branco. Destacam-se as pin-ups (desta e da edição passada).

Em A de Aluguel, é curioso que a protagonista acabe indo parar na mesma boate do protagonista da história da edição passada, na mesma noite. É um recurso batido, mas deveras interessante. Também se destaca a esdrúxula (e, por isso, divertida) teoria proposta, de que a humanidade só exista para "mudar as pedras de lugar".

Os Meninos Perdidos segue nas bobagens de sempre. Muito clichê, tanto no roteiro quanto no desenho.

Especialmente para quem curte gatos falantes (como este escriba), Bifurcações é a mais interessante das histórias. Embora o roteiro seja banal, a arte é promissora. Precisa ser mais bem trabalhada, contudo já lembra (até com certo excesso) Estranhos no Paraíso.

FF merece um parabéns e um tabefe. Parabéns por ser a única razoável ousadia formal. Tabefe por falhar em seu experimentalismo e resvalar, vez ou outra, num falso "roteiro cabeça". Seu autor, André Valente, tenta passar para as páginas uma noção de como é ser esse fotógrafo que vê as coisas "tão lentamente que um dia parece ser dois".

Por fim, O Homem que tudo vê peca muito no roteiro e mais ainda na arte. Trabalha com a idéia de lenda urbana, num tipo de mistério que cairia bem pro Batman investigar. Clichê sobre clichê.

As entrevistas funcionam bem como contraponto ao marasmo das histórias, mas também não vão muito além do óbvio.

 

Classificação:

4,0

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