Título: KEN PARKER # 1 (Mythos Editora) - Minissérie em três edições

Autores: Silêncio Branco - Giancarlo Berardi (roteiro) e Ivo Milazzo (arte);

Os Selvagens - Giancarlo Berardi (roteiro) e Ivo Milazzo, Giuseppe Barbati e Pasquale Frisenda (desenhos).

Preço: R$ 3,90 (na época)

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Setembro de 2000

Sinopse: Duas histórias em seqüência do lendário cowboy italiano Ken Parker. Apesar de lançadas em formato de minissérie, as histórias desta e das próximas edições podiam ser lidas de forma independente.

Na primeira - Silêncio Branco - Ken está vagando pelas estepes canadenses, cobertas de neve pelo rigoroso inverno, acompanhado de um soturno indígena daquelas paragens. O objetivo deles parece ser aproveitar a produtiva temporada de caça para abater castores, mas logo o leitor percebe que ambos estão com problemas na justiça e, por isso, fogem da lei.

No caminho, acabam esbarrando numa dançarina de cabaré que matara o guia que a conduzia à cidade onde iria se apresentar e que tentara estuprá-la. Só que o homem era um velho amigo do índio, que não acredita na história dela. A presença da mulher acaba quebrando a harmonia entre os companheiros em fuga, criando intrigas e desconfianças até um trágico desfecho.

Em Os Selvagens, Ken é recolhido por uma tribo Dakota no Canadá, confinada numa reserva em terras áridas, que ainda passam por um inverno terrível. Os homens da tribo estão ausentes em busca de caça; só há velhos, mulheres e crianças.

Entre os pequenos, há uma menina branca, que vive na tribo há anos e é tratada como um deles. Um grupo de caçadores de recompensas está em busca da desaparecida filha de um milionário, cuja descrição bate perfeitamente com a criança criada pelos Dakotas - ou quase...

Positivo/Negativo: O maior ponto positivo desta obra foi proporcionar o retorno das aventuras de Ken Parker às bancas brasileiras, depois de mais de dez anos, sem levar em conta as edições especiais - quatro - lançadas em gibiterias. Suas histórias são a melhor coisa produzida em quadrinhos sobre faroeste.

Depois desta minissérie, a Mythos publicou uma revista do personagem até o número 18 e a Tapejara passou a lançar os belos álbuns de Rifle Comprido, reeditando as HQs que saíram pela primeira vez por estas bancas pela extinta Vecchi.

Para completar, a revista traz um ótimo histórico sobre a dupla de criadores e que esteve presente em todos os números da revista: Berardi, que escreveu ou co-escreveu todas as aventuras do cowboy, e Milazzo, um artista como poucos, que desenhou boa parte das aventuras e todas as capas.

Há ainda uma matéria contando como o personagem surgiu, quantas edições existem na Itália e como foi sua peregrinação por outras editoras no Brasil. Um histórico completo para quem curte ou quer saber mais sobre o Rifle Comprido.

Há poucos fatos negativos. O mais marcante é a mudança no projeto gráfico das maravilhosas capas de Milazzo, que eram duplas nas edições da Vecchi (e assim permanecem nas da Tapejara). Mas a Mythos informou que a concepção foi mudada no original italiano.

Neste primeiro número, algumas perguntas não são respondidas: em que encrenca Ken se meteu para ter sua cabeça posta a prêmio? Ele tem, afinal, um local onde queira ir ou está fugindo a esmo? Isso só se saberia nas duas edições seguintes, mas isso não compromete o entendimento das histórias.