KEN PARKER # 29
Título: KEN PARKER # 29 (Tapejara)
- Série regular
Autores: Giancarlo Berardi (história), Alfredo Castelli (roteiro), Giovanni Cianti (desenhos) e Ivo Milazzo (capa).
Preço: R$ 25,00
Número de páginas: 104
Data de lançamento: Abril de 2004
Sinopse: O Magnífico Pistoleiro - Charles Utter é um sujeito de meia idade, de aspecto reservado e com um grave problema, que tem degenerado sua visão acentuadamente nos últimos tempos. A oftalmia o impede de acertar até mesmo um amontoado de latas de conservas a uma pequena distância. No momento, está indo para a cidade de Helena onde espera encontrar a cura com um renomado oftalmologista.
No caminho, ele conhece Ken Parker, que havia ganhado licença do exército para se recuperar de um ferimento e está a caminho de Billings para rever os pais. Ao ouvir o problema do estranho, ele se oferece para guiá-lo, uma vez que segue para a mesma direção de Helena.
O viajante recusa a oferta, mas o destino o faz mudar de idéia mais adiante. No caminho, ganham a companhia de Sidney Barnett e, de repente, cinco homens passam a persegui-los. Será que Utter esconde alguma coisa?
Positivo/Negativo: Muito interessante a idéia de Berardi de usar um mito do Velho Oeste como coadjuvante de uma história de Ken Parker. Charles Utter é, na verdade, o implacável Wild Bill Hickok, conhecido como "O Príncipe dos Pistoleiros", temido, idolatrado e respeitado por muitos. No momento, porém, não passa de um alvo cobiçado por caçadores de recompensa e jovens que querem seguir a mesma profissão e buscam notoriedade por meio de um confronto com ele.
Segundo contam os historiadores norte-americanos, Hickok realmente teve sua visão seriamente prejudicada em função de um glaucoma. E o roteirista aproveitou isso para fazer seu personagem conhece-lo.
Durante a trama, nos momentos em que "Utter" dá um tiro certeiro em um de seus perseguidores, Parker começa a desconfiar que há algo errado com aquele homem. E Berardi deixa tudo mais emocionante quando Sidney Barnett revela que está a caminho de Helena, pois lhe disseram que lá ele poderia encontrar Hickok, e provar que sua invencibilidade em duelos não passava de balela.
Os pesadelos do velho pistoleiro, sempre permeados por fantasmas do seu passado, aumentam a dramaticidade da aventura. Berardi e Castelli foram extremamente felizes ao deixarem de lado o ícone do pistoleiro implacável e desumano e mostrarem um homem decadente, temeroso de ficar cego e da morte.
Os desenhos de Giovanni Cianti, contudo, estão bastante aquém do texto. Sua caracterização dos personagens, por vezes, parece amadora. A história merecia um traço melhor.
Ao final da história, Sidney Barnett reconhece o pistoleiro e ocorre o esperado duelo entre os dois. O resultado, claro, era previsível. Então, Wild Bill Hickok se dirige para o surpreso Ken Parker e numa frase resume o que foi sua vida: "Quando um homem nasce para matar, o instinto nunca o abandona! Nem mesmo quando seus olhos não vêem mais! Você carrega consigo, moço... como uma maldição!"
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