Autores: Giancarlo Berardi (história) e Ivo Milazzo (desenhos e capa).

Preço: R$ 25,00

Número de páginas: 104

Data de lançamento: Maio de 2004

Sinopse: Lar, doce lar - Devido à culpa que sente pela morte de seu único irmão, William "Bill" Parker, Ken Parker ficou oito anos sem ver os pais. Mas a saudade aperta e ele decide retornar a Billings. E fortes emoções o aguardam.

Logo de cara, visita o túmulo do irmão e após uma breve oração e um momento de reflexão, vai ao encontro dos pais, que o recebem calorosamente.

Quase ao mesmo tempo, por coincidência, volta à cidade um amigo de escola de Parker, Dick Evans. A recepção a ele, no entanto, é bem diferente. Velhas rusgas com o pai não demoram a aparecer e os dois entram em conflito.

Em seguida, Evans descobre que sua antiga namorada Lena Kolber teve um filho seu e caiu na prostituição para sobreviver. Pior: o amigo de Parker é um foragido da justiça, acusado de matar uma prostituta - de quem era amante e cafetão. O crime teve a ver com um acerto de contas com antigos parceiros de um assalto. Ele sumiu com o dinheiro.

Mas seus comparsas o encontram e querem sua parte. E adivinhe quem estava com Evans no momento da captura. Se respondeu Ken Parker, acertou na mosca.

Positivo/Negativo: Mais uma vez, Giancarlo Berardi mostra o quão é bom em lidar com emoções e sentimentos. Nesta edição, ele mistura dramas familiares, assassinatos, amores perdidos, vingança e esperança; e o resultado, como sempre, é excelente.

O contraponto que o autor estabelece entre as famílias de Ken Parker (unida e feliz) e a de Dick Evans (que tem um péssimo relacionamento com seu autoritário pai) serve como alicerce para mostrar a disparidade de caracteres dos dois amigos de infância. Enquanto um seguiu o caminho "do bem", o outro vive a dar cabeçadas pela vida. E o mais saboroso: eles têm que se livrar juntos de uma grande enrascada!

Mas o que chama a atenção é o número de elementos que Berardi coloca na trama. Ele cria vários "núcleos", todos com importância em algum momento da aventura. Há o misterioso homem careca que tem participação decisiva no final, o cafetão de Lena Kolber, os pais de Evans e Parker etc.

Destaque também para a habilidade do roteirista em conduzir paralelamente duas tramas que não têm ligação alguma, mas convergem para um final que as "amarra". Isso acontece quando Ken Parker enfrenta um bandoleiro e, ao mesmo tempo, Lena recebe a visita inesperada de seu cafetão, ávido por vingança. Alternando um quadro para cada cena e com poucas palavras, Berardi mostra todo seu talento.

Claro que contribui muito para tão bom resultado a arte de Ivo Milazzo. O traço leve, o perfeito domínio de luzes e sombras e a narrativa fluente são sempre dignos de elogios. Definitivamente, há o Ken Parker de Milazzo e o dos outros.

Pra variar, a Tapejara fez um trabalho primoroso no aspecto gráfico e editorial. O único senão fica para um "delingüente", que escapou na página 46. E merece menção a participação na história, como coadjuvantes, dos atores Oliver Hardy e Stan Laurel, eternizados como O Gordo e o Magro.

 

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