KEN PARKER # 4
Editora: (Tendência) - Revista mensal
Autores:
Giancarlo Berardi (roteiro) e Ivo Milazzo (arte).
Preço: R$ 30,00
Número de páginas: 104
Data de lançamento: 2000
Sinopse
Homicídio em Washington - Ken Parker viaja a Washington para conversar com o comissário de assuntos indígenas. No entanto, um assassinato vai comprometer a sua visita a capital dos Estados Unidos.
Positivo/Negativo
Ken Parker é uma das mais faladas séries de quadrinhos. Bem comentada pela crítica e com fãs fervorosos. Mas que, aparentemente, são em pouco número.
Somente isso justificaria a passagem de quase duas décadas entre a publicação incompleta da editora Vecchi e esta, por parte da Tendência. Contudo, como diz o chavão, antes tarde do que nunca.
Nesta edição, o roteirista Giancarlo Berardi leva o personagem pela primeira vez para o ambiente urbano. E coloca na boca de Ken Parker belas reflexões como "Em uma cidade, um homem sozinho é realmente sozinho", na página 50.
Se o texto de Berardi tem força, o traço de
Ivo Milazzo encanta. Tanto nas cenas de densa povoação da página, quanto naquelas em que os vazios tomam os quadros, são os olhos do leitor que se enchem com a beleza da arte do italiano.
Milazzo mostra grande segurança transitando por brancos e pretos na página, criando cenas belíssimas. Tudo isso sem jamais perder a habilidade maior de um desenhista de quadrinhos: a narrativa.
A coreografia das sequências de ação é muito eficiente, pois Milazzo sabe acelerar ou frear a cena conforme a necessidade do ritmo narrativo. E o leitor entende por que essa dupla recebe tantos elogios.
Berardi escreve um personagem pouco à vontade na parte urbana da história, em Washington, e mais solto quando está de volta ao interior de Montana. Propondo ao leitor, assim, um avanço na personalidade de Ken Parker, que vem sendo desenvolvido desde a primeira edição.
Quanto à estrutura da história, melhor evitar os detalhes para não estragar surpresas, mas o enredo acaba de modo bastante inesperado, com desdobramento para os meses posteriores. Berardi entrega uma falsa revelação final, possível de ser deduzida durante a leitura, enquanto prepara o "verdadeiro" desfecho.
Nessa mescla de enredos surpreendentes, com grande texto e uma narrativa visual de primeira é que o leitor entende o porquê de tantos elogios à série.
Classificação: