KICK-ASS
Editora: Titan Books - Edição especial
Autores - Mark Millar (roteiro), John Romita Jr. (desenhos), Tom Palmer (arte-final) e Dean White (cores).
Preço: £ 9,99
Número de páginas: 216
Data de lançamento: Março de 2010
Sinopse
Dave Lizewski é um adolescente norte-americano apaixonado por histórias em quadrinhos e começa a se questionar: por que os super-heróis não existem no mundo real?
Então, após comprar um traje de mergulho no E-bay, ele passa a patrulhar as ruas com o nome de Kick-Ass.
Positivo/Negativo
Assim como a Panini fez no Brasil, a editora inglesa Titan Books aproveitou o "barulho" do filme Kick-Ass - Quebrando tudo! para lançar o encadernado da história em quadrinhos que o inspirou.
Ambas tentam pegar o público que, empolgado com o longa-metragem, resolva conhecer os quadrinhos. Mas, diferentemente da opção que foi lançada no Brasil, com capa dura e edição de luxo, a publicação lançada na Inglaterra é mais humilde.
Capa mole, com foto do filme, sem extras, trechos de roteiro ou capas originais no miolo. E, é claro, um preço mais baixo.
É como se a edição da Panini correspondesse ao que o famoso falastrão Mark Millar teria dito sobre sua obra e a edição da Titan fosse o que ela é de fato.
É boa, com uma história completa, mas sem detalhes caprichados. Não se trata de uma peça a ser guardada com orgulho na estante do leitor. Definitivamente, não é uma obra obrigatória ou de um clássico da nona arte.
A arte de John Romita Jr. é o ponto forte da obra. Boas cenas de ação, enquadramentos funcionais e belos cenários. Mas, a despeito de seu talento, o desenhista não parece ser o cara certo para este material.
O buraco da história toda é sua proposta e a falta de segui-la até o final. Buraco esse de responsabilidade de seu roteirista, o bom Mark Millar.
Toda a premissa de Kick-Ass, genial, diga-se, é que a trama é realista. A questão é: de que forma super-heróis e vigilantes pareceriam num mundo como o nosso?
E para essa proposta o traço bem marcado e pouco realista de Romita Jr.não se encaixa bem. Isso poderia ser relevado sem nenhum problema graças ao talento do desenhista. Mas o roteiro não permite esse tipo de licença.
No começo da trama, quando Dave compra seu uniforme improvisado, encontra diversas dificuldades pra pôr em prática o vigilantismo e se torna uma celebridade instantânea graças à internet, tudo anda muito bem.
Mas a partir do momento que Big Daddy e Hit-Girl entram na história, a proposta realista deixa de fazer sentido. Não é aceitável em uma história que tenta usar nossa realidade como base, que uma menina de dez anos decapite pessoas com a facilidade que é vista na HQ, por exemplo.
As sequências de ação conduzem o leitor, à La Tarantino, a uma ultraviolência sem sentido e cômica. Mas quando Millar introduz essa dupla de personagens, prejudica sua proposta original - que apontava para caminhos bem mais interessantes.
Acaba sendo inevitável pensar que a HQ sempre foi um proto-roteiro, uma tentativa de se chegar às telas grandes. Nisso, sem dúvida, Kick-Ass foi muito bem-sucedido.
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