KID FAROFA, O BAMBA DO FAROESTE
Editora: Artenova - Edição especial
Autor: Tom K. Ryan (textos e desenhos).
Preço: Cr$ 3,50 (preço da época)
Número de páginas: 120
Data de lançamento: Junho de 1973
Sinopse
O melhor da série de faroeste cômico Kid Farofa (Tumbleweeds, no original), criada pelo cartunista norte-americano Tom K. Ryan, em edição de bolso com tiras verticais em preto e branco.
Positivo/Negativo
Criado em 1965, o caubói Kid Farofa se despediu dos quadrinhos em 2007, quando estrelou sua última tira de jornal, nos Estados Unidos.
No Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, o personagem teve uma passagem de sucesso pela editora Artenova, sempre presente no gibi Patota ou estrelando suas próprias edições regulares ou especiais.
Até os anos 1990, ainda era possível encontrá-lo na seção de tiras de alguns jornais do País, o que já não garantia a ele o alcance necessário para conquistar novos fãs.
Para quem acompanhou a fase áurea de Kid Farofa, restam as boas lembranças. Aos que não conhecem o personagem, a pedida é procurar em sebos ou sites de leilão as edições da Artenova.
Como esta, que na capa estampa Pockets Artenova # 3 - Kid Farofa, o bamba do faroeste, mas na lombada, curiosamente, traz Kid Farofa Almanaque # 2 - o expediente da revista não registra nenhum dos dois nomes.
Essa confusão, que ainda hoje atormenta os que querem completar a coleção, era causada pelos muitos títulos da série de pockets da editora, que incluía Snoopy, Hagar, B.C. (que se passava nos tempos pré-históricos) e vários outros.
Além do parvo personagem-título e seu fiel cavalo Épico, estão presentes na edição o bandoleiro Olho-de-Cobra; o papa-defunto Barros; o impagável bebum Ressaca; a sonhadora Ermengarda, que vive tentando arrastar Kid Farofa para o altar e até o carrega nos braços; os índios Sortudo - na verdade, um azarado por natureza - e Búfalo Bucólico, um brutamontes abobalhado; e muito mais, incluindo os hilários soldados do Forte Ridículo.
Todos com seu inconfundível semblante imbecil que faz rir à primeira vista.
Situações comuns nas histórias de faroeste, como tiroteios, assaltos a banco, fugas da cadeia, confrontos com índios e o tédio das ruas desertas e poeirentas das pequenas cidades (neste caso, a minúscula Garganta Seca), ganhavam nas tiras de Kid Farofa contornos cínicos, satíricos e bem amenos, como se o duro e indomável Velho Oeste norte-americano tivesse sido uma grande diversão.
É o que mostra nesta edição a divertida sequência em que o chefe dos índios Poohawk realiza o Seminário das Bárbaras Artes, no qual ensina, dentre outras lições, técnicas de escalpelamento - ou melhor, "retirada à força da epiderme craniana", expressão correta para quem deseja ser um selvagem civilizado, segundo suas palavras.
Estaria na velha Garganta Seca a origem do politicamente correto?
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