LAERTEVISÃO - COISAS QUE NÃO ESQUECI
Título: LAERTEVISÃO - COISAS QUE NÃO ESQUECI (Conrad
Editora) - Edição especial
Autor: Laerte (texto e arte).
Preço: R$ 46,00
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Agosto de 2007
Sinopse: Em uma série de tiras inéditas intercaladas por material de arquivo, Laerte conta suas memórias - especialmente as relacionadas com a televisão.
Positivo/Negativo: Laerte é um dos maiores quadrinhistas do Brasil - e isso já é assunto batido.
Ele está todo dia na Folha de S.Paulo, teve revistas dos Piratas do Tietê publicadas, tem mais de uma dúzia de álbuns à venda nas livrarias e virou animação do Adult Swim, do Cartoon Network.
Mais de 20 anos de carreira depois, já daria para dizer que Laerte é um velho conhecido do leitor. Mas não dá.
Laertevisão subverte essa lógica. O livro poderia simplesmente se somar à vasta lista de publicações do autor. Mas é muito mais. Trata-se de um livro completamente diferente, destacando outro lado do autor.
Não é que traga um novo Laerte, totalmente inédito. Mas é fato que o álbum joga para os holofotes um Laerte que sempre ficou mais próximo dos bastidores. O leitor mais fiel vai reconhecê-lo - ele estava por lá em histórias mais leves e pessoais, como O Poeta.
Isso porque é um álbum de memórias, que expõe a gênese do artista, seja nas tirinhas, inéditas, em preto-e-branco e formato quadrado, mostrando sutilezas de sua formação, seja nos recortes de revistas antigas e na colagem de fotos e desenhos da infância de Laerte.
E é nisso que a edição caprichada da Conrad - com capa dura, papel de boa gramatura, várias páginas em cores e belíssimo projeto gráfico - faz toda a diferença.
O humor do álbum é doce e delicado, como lembranças antigas. Está mais próximo das tiras atuais do que das histórias escrachadas que marcaram os Piratas do Tietê e os Gatos, por exemplo.
Laertevisão também é um passeio a um passado em que a TV brasileira estava começando e mexia com a molecada brasileira, com séries como Rin Tin Tin e Ivanhoé, concursos de Miss Brasil e desenhos animados.
Mas o que marca mesmo o álbum é a disposição de Laerte de se expor, sem personagens nem alter egos, abrindo o passado a seus leitores. Tudo bem que não é um passado de tragédias e desgraças - o que se vai encontrar é um garoto crescendo no cotidiano gostoso dos anos de 1950 e 60.
O que Laerte mostra, afinal, é a sua própria vida - ou algo tão próximo a isso que a memória permite lembrar.
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