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LARGO WINCH – OS TRÊS OLHOS DOS GUARDIÃES DO TAO

1 dezembro 2007


Título: LARGO WINCH - OS TRÊS OLHOS DOS GUARDIÃES DO TAO
(Gradiva)

Autores: Jean Van Hamme (texto) e Philippe Francq (desenhos).

Preço: € 13,50

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Março de 2007

Sinopse: Para concluir um grande negócio com o Grupo Winch, o governo chinês exige a presença do bilionário aventureiro, Largo Winch. Mas para isso ele terá que ser encontrado e retirado de seus 15 dias anuais de reclusão.

Entretanto, os propósitos dos chineses podem ir além dos negócios atuais e envolver dívidas antigas que não podem ser pagas com dinheiro.

Positivo/Negativo: Largo Winch chegou ao Brasil somente por meio de um jogo de Playstation, mas sua série em quadrinhos, publicada originalmente em francês pela Dupuis, é uma das mais badaladas (e vendidas) da Europa. E não por acaso.

Seu escritor é o belga Jean Van Hamme, o mesmo de XIII e Thorgal, que nesta série seguiu bem a cartilha dos quadrinhos franco-belgas: criou um personagem central carismático, coadjuvantes simpáticos e uma trama muitíssimo bem construída, o que resulta em empatia com o leitor, além de uma história envolvente e fluída.

Outro ponto positivo da série é ser escrita em arcos de duas edições,
o que possibilita uma leitura fácil, sem a necessidade de conhecimentos
de fatos ocorridos anteriormente. Os
Três Olhos dos Guardiães do Tao
é
o 15.º volume e inicia uma nova trama
.

A maior parte da história é ambientada em Saint-Tropez e Hong Kong e é justamente aí que começa a se destacar o desenhista Philippe Francq. Ilustrando a partir de fotos e/ou visitas, ele emprega uma riqueza de detalhes impressionante aos cenários, desde as panorâmicas até as perseguições em ruelas, fazendo o leitor literalmente viajar para os locais.

As figuras humanas às vezes parecem meio duras, lembrando um pouco Dave Gibbons, e as expressões são sempre sóbrias, o que pode não agradar à geração de leitores acostumados com quadrinhos influenciados pelo mangá, mas com certeza se encaixa bem ao estilo do traço.

O nome do colorista, Fred Besson, só é encontrado em letras pequenas no interior do álbum, mas seu trabalho também merece elogios. Utilizando tonalidades que demonstram muito bem a luminosidade dos ambientes, completa perfeitamente as ilustrações de Francq.

Como é tradição nos quadrinhos franco-belgas, o próximo episódio deve demorar mais de um ano para ser lançado, e a espera pela conclusão não deixa de ser um sacrifício para quem lê este álbum até o final.

A Gradiva não é uma das maiores em publicação de quadrinhos (ou banda desenhada) de Portugal, mas faz bonito em Largo Winch. A parte gráfica é impecável neste luxuoso álbum de capa dura que é impresso na Bélgica, o que vale dizer, na casa da Dupuis.

A edição não traz erros, mas é claro que o português lusitano pode causar alguma estranheza ao leitor brasileiro, com frases do tipo "tu açambarcas as miúdas mais giras do pedaço".

Classificação:

4,0

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