Lazarus - Volume 1 - Family
Editora: Image Comics – Edição especial
Autores: Greg Rucka (roteiro) e Michael Lark (arte) – Originalmente publicado em Lazarus # 1 a # 4.
Preço: US$ 9.99
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Outubro de 2013
Sinopse
A série conta a história de um mundo (não muito diferente do nosso) que é dividido entre classes – os operários não qualificados nominados "lixo" (waste), um grupo militar e de prestadores de serviços específicos e categorizados, os serviçais (ou serf), e, chefiando esses militares, encontra-se o mais qualificado, e inclusive geneticamente modificado, chamado Lazarus.
Todos eles respondem às famílias que dividem o mundo e o controlam ao seu bel-prazer, vivendo e desfrutando do luxo.
Positivo/Negativo
A história foca em Forever “Eve” Carlyle, a Lazarus de sua família, que controla boa parte dos Estados Unidos, com destaque para a opulenta Costa Oeste (mostrando aqui California e Los Angeles), e toda uma teia de intrigas, jogos e disputa por (e de) poder, enquanto a jovem – controlada e manipulada por seus parentes – tenta entender seu papel, seus valores e como eles se encaixam ou se conflitam com aquilo imposto por sua família.
É muito fácil ver as proezas do material com uma dupla criativa do calibre de Greg Rucka (conhecido autor de histórias do Batman, premiado com quatro prêmios Eisner e um Harvey, e cocriador da fantástica Gotham Central – ou Gotham City contra o crime, no Brasil, assim como Witheout e Queen & Country) e arte de Michael Lark (o excelente ilustrador principal de Gotham Central e de outros trabalhos como Demolidor), que lembra um pouco o estilo de Alex Maleev (que inclusive precedeu Lark nas páginas do Homem sem medo).
Lark se mostra inspirado na criação de passagens cinematográficas, como as lutas, que têm uma fluidez e um ritmo muito bem construídos. E esse é o verdadeiro chamariz da série, uma vez que, apesar da presteza de Rucka, falta algum brilho, alguma originalidade à série, para que ela seja inovadora e única – há uma sensação de déjà vu, de ideias requentadas de outros materiais como Sopranos, Game of Thrones ou mesmo a nova série mensal da Mulher-Maravilha de Brian Azzarello.
E é justamente no roteiro que se desperdiça muito do potencial da série, na constante observação de que as ideias apresentadas já foram vistas em outros lugares. Parece que falta mais contexto do que texto ao trabalho.
Por exemplo: por que – e como – a economia retrocederia de um sistema democrático capitalista a uma estrutura de regime feudal? Responder esta pergunta seria mais empolgante do que o pseudodrama atribuído à condição de Eve, que, além de ser pouco desenvolvido, não parece avançar suficientemente neste primeiro volume. Pior: soa bobo e piegas.
No material apresentado, se vê uma condição de que a assassina impiedosa e implacável, controlada e monitorada 24 horas por dia (com todo tipo de avanço médico possível e ainda não inventado), e doutrinada desde a mais tenra idade, também precisa de amor...
Não chega a ser ruim, mas fica muito perto do esquecível. A série precisa de uma injeção de gás para o próximo volume se quiser se manter viva no cenário altamente competitivo de trabalhos autorais que se vê atualmente...
Classificação