Hugo Pratt é um dos autores de quadrinhos mais conceituados no mercado franco-belga, um fato bastante relevante levando-se em conta que ele é um dos raros "estrangeiros" - Pratt é italiano - com esse status.

A exposição na Pinacoteca de Paris serve de exemplo da importância que os franceses dão à obra do autor.

O catálogo inclui um prefácio do diretor da Pinacoteca, Marc Restellini, um longo ensaio de Thierry Thomas sobre o valor artístico do trabalho de Pratt e uma explicação de Patrizia Zanotti e Patrick Amsellem, os curadores da mostra, sobre a seleção e os temas da exposição.

Le Voyage Imaginaire d'Hugo Pratt está dividido em seis assuntos: ilhas e oceanos, índios, militares, mulheres, deserto e cidades.

O livro é ilustrado com centenas de imagens, todas fotografadas dos originais. Cada imagem possui uma legenda indicando a origem do desenho (ou pintura), o tamanho do desenho, data e material artístico usado.

Embora as ilustrações sejam, em sua maioria, aquarelas, também existem várias pranchas originais em preto e branco, extraídas das HQs de Pratt.

A seleção das obras abrange não apenas originais relacionados a Corto Maltese, mas percorre toda a carreira do desenhista italiano. Dentre os trabalhos estão os originais de Os escorpiões do deserto, Wheeling e Corto Maltese, ilustrações para poemas de Rudyard Kipling, desenhos e pinturas de calendários e portfólios (Farewell ladies, Córdoba etc.), estudos e esboços diversos e muito mais.

As imagens representam mais de 80% das páginas do álbum, que é uma viagem artística, repleta de detalhes sobre culturas diversas e países exóticos.

Embora o livro possa ser folheado rapidamente, as imagens de Le Voyage Imaginaire d'Hugo Pratt exercem um grande fascínio sobre o leitor, que descobrirá que é possível passar horas examinando os detalhes de algumas poucas páginas.

Além de muito inspirador, o livro cria um desejo irresistível de reler as HQs de Hugo Pratt.