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LEGION OF SUPER-HEROES - THE CHOICE

1 dezembro 2012

LEGION OF SUPER-HEROES - THE CHOICE

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: Paul Levitz (roteiro), Yildiray Cinar, Francis Portela e Phil Jimenez (desenhos), Wayne Faucher, Francis Portela e Scott Koblish (arte-final) e Hi-Fi (cores).

Preço: US$ 24,99

Número de páginas: 224

Data de lançamento: Abril de 2011

 

Sinopse

Uma nova fase se inicia para os legionários do Século 31. Após evitar uma guerra interplanetária, a Legião dos Super-Heróis tem uma desagradável surpresa: o governo deseja fazer de Earth Man, principal responsável por deflagrar os conflitos bélicos que ameaçaram a paz na galáxia, um membro da equipe.

E ele pode se mostrar ainda mais perigoso quando recebe um anel da extinta Tropa dos Lanternas Verdes.

Positivo/Negativo

A tradicional Legião dos Super-Heróis é uma das equipes mais queridas da DC Comics, contando com fãs devotados e fiéis, que acompanham suas aventuras há décadas.

Por outro lado, o grande número de personagens, as tramas complexas e a ambientação diferenciada no Século 31 têm afastado potenciais novos leitores e garantido à Legião o status de título inacessível.

Justamente para modificar este quadro, a editora tentou duas vezes reformular a equipe do zero, ignorando todas as histórias anteriores e investindo em realidades de mais fácil assimilação. Foi assim em 1994, após o mega-evento Zero Hora, quando as duas séries mensais da Legião reiniciaram sua cronologia. E também uma década depois, quando Mark Waid e Barry Kitson empreenderam o que ficou conhecido como threboot.

O resultado foi que, apesar das boas histórias, a base de leitores das revistas não teve expansão significativa. Talvez por isso, a tendência da DC Comics, a partir da Crise Infinita, em 2006, tenha sido de validar todas as fases pregressas da Legião dos Super-Heróis, fenômeno que alcançou o ápice em Crise Final - A Legião de Três Mundos.

E neste novo encadernado de capa dura, os autores Paul Levitz, Yildiray Cinar, Francis Portela e Phil Jimenez trazem a equipe clássica de volta aos tempos modernos numa jornada vigorosa.

Poucos roteiristas são tão identificados com as revistas que escrevem quanto Paul Levitz e a Legião dos Super-Heróis. O ex-presidente e ex-publisher da DC iniciou seu envolvimento com os defensores do futuro em 1974, e permaneceu sem interrupções de 1982 até 1989.

É de sua autoria a inesquecível Saga das Trevas Eternas, em parceria com o ilustrador Keith Giffen, que contrapôs os jovens heróis ao perverso Darkseid e resiste como uma das mais poderosas HQ da equipe.

Levitz sobreviveu às mudanças acarretadas por Crise nas Infinitas Terras, quando todo o universo foi reformulado, e retornou ao futuro em 2009 para mais uma temporada de aventuras com os legionários. A nova fase começa imediatamente após os eventos das sagas Superman e a Legião dos Super-Heróis e Crise Final - A Legião de Três Mundos, e aproveita muitas ideias apresentadas por Geoff Johns em ambas.

Assim, Levitz pode estar de volta a um terreno bem conhecido, mas precisa lidar com as modificações empreendidas por autores distintos. E considerando o tempo que ele passou afastado da revista, sua nova temporada de aventuras não decepciona.

O autor tem o mérito de conseguir lidar com um grande número de personagens destacados na série e dar espaço a todos. Num momento inicial, o foco é em Satúrnia, telepata que ajudou a fundar a Legião e enfrenta agora um dos maiores dramas de sua existência: a destruição completa de um mundo e o desaparecimento de seus filhos pequenos.

Além disso, a trama do Earth Man, que durante sua carreira como vilão chegou a torturar legionários e quase lançou o universo numa guerra devastadora, como integrante indesejado da Legião dos Super-Heróis, garante tensão e conflitos imprevisíveis.

O roteirista ainda aproveita a popularidade atual dos Lanternas Verdes para enriquecer os conceitos presentes na revista, e a mistura das duas franquias é satisfatória. Impressiona a forma como Levitz avança moderadamente com subtramas de cada herói, enquanto apresenta a resolução de conflitos menores e joga com o panorama geral do Século 31.

Essa habilidade ao lidar com uma ambientação complexa, mantendo um clima de soap opera e ação em larga escala, foi marca registrada da passagem do autor pela Legião da década de 1980 e ainda se mantém forte.

Surgida durante a Era de Prata dos quadrinhos numa participação especial nas aventuras do Superboy, a Legião dos Super-Heróis se estabeleceu como uma das séries mais otimistas do mercado, exatamente por mostrar um futuro cheio de esperança e maravilhas tecnológicas. Paul Levitz sabe mesclar esse aspecto mais leve das histórias da equipe com forças terríveis e ameaçadoras, e em The Choice mostra um dilema ético enfrentado pelo superinteligente Brainiac 5, que é perfeita prova de adaptação dos personagens a tempos em que o idealismo nem sempre sobressai.

A arte de Yildiray Cinar e Francis Portela é correta, ideal para uma saga mais tradicional de super-heróis. É o típico trabalho que não chama muita atenção, mas cumpre seu papel.

Já o desenhista convidado Phil Jimenez, numa história que apresenta novos membros da equipe e revela o destino de alguns veteranos, merece todos os elogios por sua contribuição surpreendente. Como de costume, sua arte é detalhista, muito bonita e cheia de dinamismo.

Completam a edição as seis capas alternativas da série ilustradas por Jim Lee, cada uma representando uma época diferente das histórias da Legião, e esboços comentados de Yildiray Cinar.

Para leitores novos ou antigos, o amanhã parece ótimo.

 

Classificação:

4,0

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