Legion of Super-Heroes # 100
Editora: DC Comics – Revista mensal
Autores: O.K. C.O.M.P.U.T.O. – Tom Peyer (coargumento e roteiro), Tom McCraw (coargumento e cores), Lee Moder e Derec Aucoin (desenhos), Ray Kryssing e Drew Geraci (arte-final);
Reflections – Mark Farmer (roteiro e arte-final), Alan Davis (desenhos) e Tom McCraw (cores);
All together now! – Roger Stern (coargumento e roteiro), Tom McCraw (coargumento e cores), Jason Armstrong (desenhos) e Ron Boyd (arte-final);
Brainiac Adventures – Ron Boyd (roteiro e arte-final) e John Delaney (cores);
The fires of creation – Paul Levitz (roteiro), Walter Simonson e Bob Wiacek (arte) e Tom McCraw (cores).
Preço: US$ 5,95
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Janeiro de 1998
Sinopse
Edição comemorativa do título mensal da Legião dos Super-Heróis, com cinco histórias assinadas por artistas ligados ao grupo, em diferentes épocas.
A equipe do futuro perdida no Século 20 enfrenta a ameaça do robótico C.O.M.P.U.T.O. com a ajuda de diversos super-heróis, e finalmente encontra uma forma de voltar para casa. É o momento de rever antigos amigos, refletir sobre situações inesperadas e se preparar para muitas surpresas.
Positivo/Negativo:
Legion of Super-Heroes # 100 é uma edição muito especial da revista dos justiceiros uniformizados do futuro, por diversos motivos. Foi a primeira – e, até hoje, única – vez que o título chegou ao centésimo número, há uma constelação de artistas contribuindo com texto, arte e pin-ups dos personagens em realidades imaginárias, o encerramento de um longo arco de histórias e início de uma nova trama que daria muito o que falar.
Em termos de cronologia, a versão dos Legionários aqui é a que sucede o crossover Zero Hora, quando a trajetória dos heróis foi completamente reiniciada, retomando o espírito adolescente e cheio de esperança do Século 30. Metade da equipe, então, ficara perdida no nosso presente, enquanto o restante vivia aventuras no futuro num segundo título mensal, Legionnaries.
Na história assinada pelos roteiristas Tom Peyer e Tom McCraw, a equipe mais numerosa dos quadrinhos foi enfim reunida, com participação especial da Liga da Justiça e, antecipando a estreia da Justiça Jovem, Robin, Superboy e Impulso.
Foi um período de grandes inovações entre os super-heróis da DC, com a introdução dos novos Lanterna Verde (Kyle Rayner), Arqueiro Verde (Connor Hawke), uma formação inédita dos Novos Titãs (por Dan Jurgens) e o retorno dos maiorais à Liga da Justiça (de Grant Morrison). No contexto, a Legião dos Super-Heróis brilhava pelo tom de otimismo e juventude, em que paqueras e angústia adolescente dividiam espaço com os temas sérios de racismo e espiritualidade.
Havia os fundadores Cósmico, Relâmpago e Satúrnia, novos personagens como a velocista XS e o marxista Portal, e outros repaginados para a nova realidade. Com os heróis esquecidos no Século 20, ganharam destaque os encontros com Impulso, Desafiador e os Homens Metálicos, entre outros.
Tom Peyer e Tom McCraw primavam por caracterizações bem construídas com muita ação e bom humor, e a revista era diversão garantida. Na arte, Lee Moder imprimia um estilo pessoal e fora dos padrões, que combinava com aquele mundo. Ele se despediu do grupo nesta centésima edição, que também apresenta a entrada de Jason Armstrong como ilustrador. E há mais atrativos.
Nas histórias secundárias, Alan Davis ilustra um conto de Mark Farmer e há uma colaboração do veterano de longos anos na Legião, Paul Levitz, com o legendário Walter Simonson. A dupla manda bala na trama que introduz uma estranha anomalia cósmica no espaço profundo, tema que seria explorado em histórias futuras.
Dentre os pin-ups que completam a revista, trabalhos de nomes como Chris Sprouse, Todd Nauck, Colleen Doran e Dan Jurgens. Legion Outpost, a tradicional seção de correspondência que fez história no fandom, marca presença em mais três páginas, finalizando a publicação.
Além de dois títulos mensais, a Legião na época era destaque nas minisséries Legends of The Legion, Legion: Science Police e Inferno, e nos especiais na linha Secret Files and Origins.
Curioso é que essa fase ganhou o apelido de Archie Legion, em alusão aos quadrinhos infanto-juvenis mais tradicionais da América. A DC investia pesado nos heróis do futuro, os talentos envolvidos faziam bonito e os fãs só podiam se deleitar com a boa fase do grupo.
Infelizmente, porém, quando a abordagem jovial e colorida do Século 30 deixou de ser novidade, a editora adotou constantes renovações criativas e mais alterações na cronologia dos legionários. Daí, saíram as excelentes fases de Dan Abnett e Andy Lanning, à qual se sucedeu o threboot de Mark Waid e Barry Kitson, mas a qualidade não resultou em um aumento considerável na base de leitores.
A Legião ganhou reputação de revista inacessível a novos fãs, e cada relançamento apenas reforça o equívoco. Quem acompanha os personagens há mais tempo também acaba sofrendo com o excesso de mudanças, num círculo vicioso que parece não ter fim.
Resta, então, saber procurar os melhores momentos dessa jornada através do tempo e do espaço; e os festejos de Legion of Super-Heroes # 100 devem fazer a alegria de convidados novos e antigos.
Classificação