LEO PULP – DETETIVE PARTICULAR # 2
Editora: Mythos - Minissérie em duas edições
Autores: Os crimes de Sunset Boulevard (Leo Pulp # 2, 2005) - Claudio Nizzi (roteiro), Massimo Bonfatti (arte) e Alessandro Rossini (cores);
O caso da Magnólia Vermelha (Leo Pulp # 3, 2007) - Claudio Nizzi (roteiro), Massimo Bonfatti (desenhos), Cesare Buffagni (arte-final) e Gian Luca Raimondi (cores).
Preço: R$ 19,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Fevereiro de 2010
Sinopse
Os crimes de Sunset Boulevard - Finalmente é revelado o que aconteceu com as garotas sequestradas em Los Angeles. Final da história iniciada na edição anterior.
O caso da Magnólia Vermelha - Uma garota é encontrada na praia cortada ao meio. A polícia não sabe o que fazer e Leo Pulp é contratado por alguém que tem interesse em saber o que aconteceu com a moça, que tinha a tatuagem de uma magnólia vermelha no ombro.
Positivo/Negativo
Esta edição encerra tudo o que já se publicou até aqui do personagem Leo Pulp.
O detetive é durão, bem ao estilo hard boiled, anda por uma Los Angeles de filmes detetivescos e se encontra com insinuantes mulheres de histórias noir. Sem dúvida, uma grande mistura.
Mistura que funciona muito bem. Claudio Nizzi escreve histórias de crime e investigação, mas com saudáveis doses de humor. Não tão caricato quanto o brasileiro Ed Mort, de Luis Fernando Verissimo, mas bem menos sério que Nick Raider - outro personagem criado por Nizzi.
O traço de Massimo Bonfatti é indicativo desse mix de referências e o leitor já percebe isso na capa do gibi. Embora o traço de Leo Pulp seja cartunesco - assim como a maioria dos personagens -, o cenário ao fundo é criado em detalhes, com grande perícia.
É nesses cenários que Bonfatti e Nizzi aproveitam para derramar mais um balde de referências das histórias de detetive. É possível ver atores, personagens de quadrinhos e escritores fazendo compras no mercado, passeando pela rua.
Essas citações gratuitas são muito divertidas para uma caçada visual do leitor, mas as melhores são as paródias e transformações de histórias clássicas.
Nesta edição, o final de Os crimes de Sunset Boulevard dialoga intensamente com um dos grandes clássicos do cinema norte-americano da década de 1950, Crepúsculo dos deuses (Sunset Boulevard é o título original do filme).
Já a segunda história do gibi refere-se ao crime real que motivou diversos livros e filmes, sendo o mais conhecido A dália negra, de James Ellroy. E é divertido demais perceber como Nizzi inclui seu personagem narigudo nessas tramas.
Além de ser diversão garantida, Leo Pulp traz uma variação da grade de página pouco comum nos fumetti da editora Bonelli, o que dá um ótimo ritmo para as cenas de ação e perseguição - obrigatórias para este gênero.
Vale o esforço da Mythos em trazer esse título ao Brasil e publicá-lo integralmente. A torcida é para que a editora invista em outros materiais da editora italiana que ainda não aportaram por aqui.
A edição ficou um tanto cara, dado o seu formato pequeno. E a Mythos podia ter incluído um resumo da edição anterior, já que a primeira história começa na metade.
Independentemente de pequenas correções de percurso, Leo Pulp é um pequeno frescor de novidade entre as (boas) histórias de aventura e western tradicionalmente publicadas pela Bonelli e vai agradar o leitor de humor e de tramas de investigação.
Classificação: