LETITIA LERNER, SUPERMAN'S BABYSITTER
Título: LETITIA LERNER, SUPERMAN'S BABYSITTER (DC Comics) - História censurada pela editora, lançada mais tarde em coletânea
Autor: Kyle Baker (texto e arte) e Liz Glass (texto).
Preço: Não se aplica
Número de páginas: 10
Data de lançamento: Junho de 1999
Sinopse: Depois de seis meses criando um bebê superpoderoso, Martha e Jonathan Kent resolvem jantar fora. E chamam Letitia Lerner para cuidar da Criança de Aço por uma noite.
Positivo/Negativo: Letitia Lerner, Superman's Babysitter é uma das mais polêmicas e premiadas HQs do Homem de Aço dos últimos anos. Porém, uma censura fez com que suas dez páginas se tornassem um marco na lenda de Superman.
Inicialmente, a história seria só mais uma boa aventura do especial Elseworlds 80-Page Giant, que a DC Comics lançou em 1999. A revista tinha como proposta fazer uma antologia de contos que se passavam em Elseworlds (no Brasil, Túnel do Tempo).
Mas, antes de a publicação chegar às gibiterias norte-americanas, Paul Levitz, presidente da editora, leu Letitia Lerner e considerou-a violenta demais, justamente por lidar com um bebê. E ordenou que as revistas fossem destruídas, gerando um dos atos de censura mais conhecidos - e vergonhosos - da história recente das HQs.
No entanto, Levitz não sabia que cerca de dois mil exemplares já haviam embarcado para o Reino Unido. Eles chegaram às lojas e fizeram com que uma história fadada a sumir se tornasse um dos assuntos mais comentados do ano.
Logo a seguir, o episódio da censura se espalhou. E cópias escaneadas de Letitia Lerner foram divulgadas em diversos sites da internet.
Foi assim que o mundo ficou conhecendo uma HQ absolutamente divertida - e bem menos violenta do que se esperava. Letitia Lerner é apenas uma mocinha que quer ganhar uns trocados como babá. E Superman é o bebê mais poderoso do mundo - uma licença dos Elseworlds, já que na cronologia vigente no Universo DC sua natureza alienígena só ganharia vigor na adolescência.
Tudo é uma grande brincadeira - a começar pelo nome da babá, com dois L, que lembram outras figuras-chave do Homem de Aço: Lana Lang, Lois Lane, Lori Lemaris e Lex Luthor.
Numa mídia em que qualquer bobagem é motivo para pancadaria e que qualquer zé mané se dá ao direito de portar um arsenal, a censura de Levitz é mais do que patética. Trata-se de um caso de hipocrisia extrema.
A arte evoca um clima de desenho animado, como se vê nos demais trabalhos de Baker (como o Homem-Borracha, que o artista fez para a DC). E qualquer leitor percebe que o que está se vendo ali não tem nada a ver com violência infantil, e sim uma homenagem aos velhos jogos de perseguição de animações como Tom & Jerry.
Em 2000, Baker ganhou dois prêmios Eisner por Letitia Lerner: melhor história curta e melhor escritor / artista de humor. No discurso, ele agradeceu a Levitz:
- Sem ele, nada disso teria acontecido.
Em maio de 2001, a primeira edição oficial de Letitia Lerner chegou aos leitores no álbum Bizarro Comics, que reuniu artistas dos quadrinhos independentes para fazer versões próprias de heróis da DC Comics. No Brasil, a edição saiu pela Opera Graphica.
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