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LEX LUTHOR: A BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA

1 dezembro 2001

Lex Luthor: A Biografia Não Autorizada
Título : LEX LUTHOR: A BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA (Mythos Editora) - Edição Especial

Autores: James D. Hudnall (roteiro), Eduardo Barreto (desenhos) e Adam Kubert (cores).

Preço: R$ 5,90

Número de Páginas: 48

Data de lançamento: Maio de 2002

Sinopse: Tendo como paradigma o roteiro do filme Cidadão Kane, esta graphic novel conta a história do jornalista decadente Peter Sands, que recebe uma chance de resgatar seu orgulho e carreira.

A possibilidade de redenção chega na forma de um convite para escrever uma livro, uma biografia não-autorizada de Lex Luthor, controvertido mega-empresário.

Para um repórter veterano,que acreditava já ter visto de tudo na vida, a investigação empreendida revela características, idéias e situações sobre Luthor que superam as piores expectativas.

Positivo/Negativo: A década de 1980 brindou os aficionados por HQs com algumas obras norte-americanas marcantes. Entre as produções mais lembradas destacam-se A Piada Mortal, Watchmen, O Cavaleiro das Trevas, o novo Monstro do Pântano, os desdobramentos do universo mutante da Marvel e, é claro, a reinvenção de Demolidor,por Frank Miller, a qual apresentou aos leitores a personagem Elektra e um novo olhar para o Rei (o maior interessante vilão da "Casa das Idéias", ao lado do Dr. Destino).

A obras acima citadas marcaram época porque trouxeram uma preocupação que, com raras exceções, era própria das HQs autorias da Europa, ou seja, roteiros mais elaborados e menos previsíveis.

Roteiristas como Miller, Moore e Claremont souberam, como poucos, e cada um a sua maneira, encontrar um ponto de equilíbrio entre o entretenimento e a sofisticação: a linguagem dos quadrinhos, atividade industrial milionário nos Estados Unidos, ganhou um inédito prestígio e atraiu a atenção de um público que, até então, tinha uma visão limitada e preconceituosa sobre HQs.

Obviamente, as majors assumiram riscos para enfrentar a encruzilhada que a indústria vivia. Além dos roteiros, alguns desenhistas lançaram-se a experimentações pouco comuns aos quadrinhos, de série ou não.

Batman - Cavaleiro das Trevas foi um marco da cultura pop ao qual nem mesmo a "careta" Hollywood ficou indiferente. O cinema dos orçamentos milionários descobriu o que milhões de leitores ao redor do mundo já sabiam: as HQs, como o rock e, na década de 1990, a internet tornavam-se os canais de reflexão sobre as contradições do novo cenário geopolítico global que se libertava da ilusões ideológicas do século XX, o mais curto da história.


Em fins da década de 1980, chegou às banca tupiniquins a graphic novel, que partia de uma premissa completamente contrária à grande maioria das HQs, ou seja, o bem não necessariamente vence no final. E mais: superpoderes já não são suficientes para deter o mal, a injustiça, a corrupção... A força cai frente ao intelecto a serviço de ações de ética questionável. Qual era mesmo a tragédia do personagem Comediante, de Watchmen?

A obra que a Mythos muito oportunamente reedita agora traz um roteiro enxuto e não-linear para contar a história de dois personagens: o próprio Super-Homem e Peter Sands, envolvidos por Luthor numa trama de crime e investigação.

A ironia,ou a grande sacada do roteiro, é mostrar o personagem do repórter cada vez mais preso a uma teia de violência, quando ele acreditava ter o poder de denunciar o que descobria. Por outro lado, a impotência de Clark Kent é um brilhante recurso para demonstrar a complexidade dos conflitos da trama.

Estas idéias contam com o trabalho correto e contido de Eduardo Barreto e Adam Kubert, Não há aqui grande pretensão artística para os desenhos, o que colabora para o tom de "documentário" da HQ. Ambos são econômicos e prevalece, para o conjunto das páginas, um belo trabalho de claro e escuro.

A passagem do tempo só fez bem a Lex Luthor: A Biografia Não Autorizada.

Classificação: - Fernando Viti

 

Classificação:

4,0

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