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LIGA DA JUSTIÇA # 58

1 dezembro 2007


Título: LIGA DA JUSTIÇA # 58 (Panini
Comics
) - Revista mensal

Autores: Ontem, hoje, amanhã - Brad Meltzer (roteiro), Eric Wight, Dick Giordano, Tony Harris, George Pérez, J.H. Williams III, Jim Lee, Gene Ha, Rags Morales, Ethan Van Sciver, Kevin Maguire, Adam Kubert (arte), Dan Jurgens, Howard Porter, Andy Kubert, Phil Jimenez, Luke McDonnell (desenhos), Paul Neary, Kevin Nowlan, Dexter Vines, Jesse Delperdang, Andy Lanning e Sandra Hope (arte-final);

Fantasma no castelo - Paul Levitz (roteiro), Jerry Ordway, Luke Ross (desenhos), Dave Meikis, Jerry Ordway (arte-final) e Rags Morales (esboços);

História secreta, verdade sagrada - Howard Chaykin (roteiro), Kilian Plunket (desenhos) e Tom Nguyen (arte-final);

Procurado: Hal Jordan - Geoff Johns (roteiro), Ivan Reis (desenhos) e Oclair Albert (arte-final).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Setembro de 2007

Sinopse: Ontem, hoje, amanhã - Fatos do passado e do futuro entremeiam a formação da nova Liga da Justiça.

Fantasma no castelo - A Sociedade da Justiça chega ao combate final com o Fantasma Fidalgo.

História secreta, verdade sagrada - A Rainha Sylvia, da Holanda, intervém e altera a decisão da ex-embaixadora do país na ONU - e pede que a Liga da Justiça intervenha no conflito meta-humano entre Del Canto e Santa Bertriza.

Procurado: Hal Jordan - O Lanterna Verde Abin Sur, à beira da morte, convoca Hal Jordan e diz que ele não merece o anel. Trata-se de um sonho, mas que já serve como indício de que o novo arco de histórias pretende remexer no passado do herói.

Positivo/Negativo: Esta é uma edição especial de Liga da Justiça: ela traz a pré-estréia do escritor Brad Meltzer (Arqueiro Verde, Crise de Identidade) nos roteiros do carro-chefe da revista. Não é pouca coisa. Trata-se de uma das histórias mais incensadas da leva de reformulações pós-Crise Infinita - e isso se deve ao fato de que Meltzer é um escritor que, com poucas HQs no currículo, já se firmou como um dos grandes autores de super-heróis do mercado.

Desta vez, o autor se prende na tríade formada por Superman, Batman e Mulher-Maravilha, escolhida para simbolizar a DC em anos recentes - em oposição com os anos 80 e 90, em que a amazona ficou de fora. De certa forma, é um retorno à Era de Prata, o que é visível até mesmo no novo logotipo da revista.

O recomeço é promissor: Meltzer mistura passado, presente e futuro com um cozidão de referências para preparar a nova equipe. Todos são momentos cruciais para os personagens: desde a primeira gênese da equipe e a formação de outras variações do time até a morte de Jonathan Kent e do próprio Batman.

O roteiro não especifica quanto tempo passa em nenhum dos casos. Chama tudo o que passou simplesmente de "ontem", o que está rolando de "hoje" e o que vem pela frente de "amanhã". Em tese, nada indica que a morte de Batman apresentada na história esteja projetada para os próximos meses.

A narrativa é engendrada de forma que a trama seja construída cena a cena, criando um apelo dramático ímpar ao misturar todo o peso e a mitologia criada pela DC ao longo de quase 70 anos sem deixar de abrir novas e grandiosas perspectivas para os personagens.

A trama também deve servir como chave para algumas contradições que são vistas no Universo DC depois da confusão cronológica armada com o fim de Crise Infinita. Afinal, em um dos segmentos dedicados ao amanhã mostra a descoberta de uma segunda Terra, que vibra em uma velocidade diferente encontrada pelo Flash - repetindo a origem da Terra-2 da Era de Prata.

A própria HQ da Liga faz parte do emaranhado armado pela DC. Basta reparar que a origem do primeiro time de heróis mostra Batman e Superman como amigos e inclui a Mulher-Maravilha dentre os fundadores, fatos que tinham sido limados do cânone na versão afetada pela minissérie Crise nas Infinitas Terras.

Leitores pouco familiarizados com a DC podem, portanto, se perder um pouco nas referências. Mas mesmo assim a narrativa de Meltzer funciona tão bem que vale por si só. Além disso, a história é ilustrada por um timaço de artistas, incluindo alguns dos melhores desenhistas do mercado norte-americano (e, pena, também por um punhado de best-sellers meia boca que não ajudam em nada).

Outra estréia que começa apresentando fatos contraditórios com o cânone da DC é a abertura do novo arco de Lanterna Verde. Logo nas primeiras páginas, Geoff Johns desfaz a origem do herói. Mas, ao contrário da história da Liga, rapidamente se percebe que Hal Jordan está sonhando, influenciado aparentemente por fatos vistos nos meses da minissérie 52.

A história volta a um aspecto muito interessante do personagem: quando age como piloto de pesquisa, Jordan deixa o anel em casa. Mas, neste arco, o Lanterna Verde terá que encarar que sua fome voraz por aventura prejudicou seus colegas de equipe.

As duas histórias que completam a revista são conclusões de arcos.

Fantasma no castelo mostra o desfecho do confronto entre a Sociedade da Justiça e o Fantasma Fidalgo - um arco enrolado do veterano Paul Levitz, que não conseguiu empolgar.

Já a trama de Howard Chaykin em LJA Arquivos Confidenciais dá uma amornada antes de encerrar. Isso porque o mote era mostrar a Liga da Justiça desafiando a ONU ao invadir duas republiquetas latino-americanas. Com a mudança de posição da Holanda, a insurreição dos super-heróis ficou escondida debaixo do espesso tapete da geopolítica - e previamente perdoada pela comunidade global.

Na real, não havia outra opção: um dos segredos do sucesso dos super-heróis é que as mudanças realmente radicais acabam sendo revertidas mais cedo ou mais tarde. Chaykin, um escritor com forte veia crítica, sabia que não poderia acabar a trama deixando o grupo em maus lençóis com a ONU. Mas, ainda assim, deu novas luzes ao peso político dos superpoderes.

Classificação:

4,0

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