Autores: O quarto paralelo - Dan Slott (roteiro), Dan Jurgens (desenhos), Jerry Ordway, Al Milgrom (arte-final) e I.L.L. (cores).

Os outros entre nós - A.J. Lieberman (texto), Al Barrionuevo (desenhos), Bit (arte-final) e Marta Martinez (cores);

O rastro do Tornado - Brad Meltzer (texto), Ed Benes (desenhos e arte-final), Sandra Hope (arte-final) e Alex Sinclair (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Fevereiro de 2008

Sinopse: O quarto paralelo - O Rei Vermelho experimenta mais dois mundos paralelos para conseguir derrotar a Liga da Justiça.

Os outros entre nós - O Caçador de Marte enfrenta os marcianos brancos - e descobre que a conspiração por trás de sua trama é maior do que ele pensava.

O rastro do Tornado - A Liga da Justiça enfrenta Solomon Grundy.

Positivo/Negativo: A edição de fevereiro de Liga da Justiça não traz grandes surpresas. Apenas dá prosseguimento aos arcos em andamento, sem concluir nenhum. Isso não é, necessariamente, sinal de baixa qualidade das histórias. É apenas uma característica do mercado de super-heróis, afeito às tramas de longa duração, que costumam levar meses para se encerrar.

Mas, de qualquer maneira, o modelo de publicação acaba deixando pouca margem para surpreender o leitor, ainda mais porque as histórias têm apenas 22 páginas.

Um exemplo claro disso é O quarto paralelo, um bom arco de Dan Slott que faz parte da linha LJA Confidencial - que publica aventuras do passado da Liga. A trama tem cinco partes.

O primeiro episódio foi visto na edição anterior e estabeleceu os parâmetros da narrativa, que determina que as partes 2 a 4 são versões alternativas da mesma trama. Sem o começo, que dá as regras da leitura, fica difícil entender. Mas, sem o desfecho, que fica para o mês que vem, sobra um grande miolo para envolver o leitor.

Ainda assim, não é uma perda total. A terceira parte da trama, chamada de Parte 2B, traz o mundo ficcional mais interessante da série até agora. Mostra o Rei Vermelho, que tem poderes de escolher e moldar a realidade em que vai viver, optando por destruir a Terra para controlar a humanidade.

Do outro lado, combatendo-o, está a Liga da Justiça, que arma em pouquíssimo tempo um grande êxodo para levar a humanidade para Marte. Ver as decisões e escolhas tomadas por homens e heróis é o ponto alto de toda a série.

Já a minissérie dedicada ao Caçador de Marte é menos interessante. Desde o começo, o trabalho de A.J. Lieberman mostrou-se frio, sem sal, com dificuldades para motivar o leitor. Não chega a ser ruim, mas há uma barreira entre os personagens carrancudos e deprimidos e o leitor.

Por sua vez, o carro-chefe da revista tem bastante força. A Liga da Justiça escrita por Brad Meltzer e desenhada pelo brasileiro Ed Benes é pesada, dramática. Há pouco espaço para o leitor relaxar ou se divertir. Pelo contrário: é um thriller que machuca, cheio de perdas e reviravoltas. Funciona, e muito. Mas, como o próprio final parece indicar, ainda faltam peças para que a trama se esclareça melhor e diga a que veio.