LIGA DA JUSTIÇA # 72
Autores: Sem Limites - Dwayne McDuffie (texto), Joe Benitez (desenhos), Victor Llamas (arte-final) e Pete Pantazis (cores);
Mães & Filhas - J. Torres (texto), Julian Lopez (desenhos), Bit (arte-final) e Marta Martinez (cores);
Os tornados-gêmeos - Mark Waid (texto) e Daniel Acuña (arte e cores);
Reino do Amanhã - Geoff Johns (texto), Dale Eaglesham (desenhos), Ruy José (arte-final) Jerome Cox e Hi-Fi (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Novembro de 2008
Sinopse: Sem Limites - A Liga da Injustiça prepara outras armadilhas - e captura ainda mais integrantes da Liga da Justiça.
Mães & Filhas - Depois da invasão das amazonas, a humanidade está repelindo qualquer coisa que tenha origem em Themyscira - e a Mulher-Maravilha precisa lidar com isso.
Os tornados-gêmeos - Flash e seus pequenos gêmeos enfrentam extraterrestres.
Reino do Amanhã - Ao atender um chamado, a Sociedade da Justiça acaba encontrando um antigo inimigo - e um aliado esquecido.
Positivo/Negativo: Dos comentários que os leitores do Universo HQ fazem em relação ao mercado de quadrinhos brasileiro, um dos mais freqüentes diz respeito ao modelo de publicação mix nas HQs de super-heróis.
Ou seja: é uma reclamação sobre as revistas de linha da Panini, que geralmente são compostas a partir de quatro revistas norte-americanas.
O resultado disso é, em diversos casos, histórias com temáticas parecidas (aventuras de censura mais alta, por exemplo, como Marvel Max) ou pertencentes ao mesmo universo de personagens (Homem-Aranha ou Superman).
O problema é que esses mixes nem sempre estariam alinhados pela qualidade dos títulos que aglomeram. Histórias ruins se misturam com as ótimas.
Ou, como dizem os leitores, muitas vezes se compra uma revista inteira para ler apenas uma HQ.
Há muito a debater a respeito desse modelo de publicações - e é tanta coisa que não cabe numa resenha.
O importante é que há uma parcela de leitores em busca de um maior aproveitamento das páginas das revistas que compra.
E, nesse caso, Liga da Justiça está se tornando uma bela opção.
Seu único senão é Mulher-Maravilha, ainda atordoada pela fraquíssima minissérie O ataque das amazonas. Nas mãos de J. Torres e Julian Lopez, suas histórias estão fracas de doer. É clichê em cima de clichê, sem nenhum sinal de que a situação vá melhorar.
Mas o problema está limitado a um quarto da revista. E só.
O carro-chefe da publicação, que é a própria série Liga da Justiça, vem publicando o arco Sem Limites, em que os maiores arquiinimigos do grupo se reuniram para atacar os mocinhos.
A idéia é velha. É batida. Já foi até reciclada recentemente na série Vilões Unidos.
Mas a diferença, desta vez, é que o trabalho de Dwayne McDuffie é bem feito - e isso faz toda a diferença.
A história passa a sensação de que a Liga da Justiça está de fato em perigo. Quanto mais a trama anda, mais complicada fica a situação dos super-heróis. Mesmo que se saiba que, no final, os mocinhos vão ganhar, o suspense criado por McDuffie é cruel - e saboroso!
Nesta edição, Sociedade da Justiça também começa um novo arco. Trata-se de Reino do Amanhã, relacionado com a boa e velha série de Mark Waid e Alex Ross que mostrou um futuro alternativo da DC Comics.
O que chama a atenção neste prólogo é a boa construção dos os personagens - e a interação entre eles. Johns tem um roteiro que destaca esses detalhes do cotidiano. E isso vai contrastar as cenas finais, que prenunciam uma era mais sombria, com as cenas cândidas do começo da revista.
Tanto Liga quanto Sociedade da Justiça têm artes convencionais, corretas, mas sem grandes arroubos; mas isso é algo que os quadrinhos de super-heróis costumam cultivar.
Por isso, a história de Flash se destaca. Ver a arte de Daniel Acuña é uma grande curtição. Com um quê de desenho animado, ela é expressiva, doce, moderna, divertida e merecedora de mais um punhado de adjetivos. Seus traços fortes contornando os personagens e as cores eufóricas arrebatam o olhar.
O texto de Mark Waid é uma visita ao material que ele mesmo produziu em Flash alguns anos atrás, mas é Acuña que faz essas aventuras serem genuinamente especiais.
É com histórias assim, divertidas e empolgantes, que Liga da Justiça vem se tornando uns dos títulos de super-heróis mais bacanas das bancas. Tudo bem que isso não chega a ser um grande mérito atualmente, mas, vá lá, o pessoal precisa se divertir com alguma coisa.
Classificação: