Desde que a Panini Comics assumiu a DC no Brasil, a Abril, que por anos dominou o mercado de quadrinhos, tinha ficado praticamente apenas com os títulos da Disney e afastada dos super-heróis.

Por isso é tão marcante o retorno da editora a esse nicho com diversos títulos oriundos de desenhos animados, como este Liga da Justiça sem limites, Batman - Os bravos e destemidos, Os Incríveis e outros.

E o fato de serem HQs diretamente ligadas a animações, faz com que abundem histórias fechadas e autocontidas. Bom para quem já conhece os personagens e para o leitor ocasional, pois não é necessário saber da cronologia ou ser um expert na área para curtir.

O resultado são histórias divertidas, para uma leitura rápida e despretensiosa; e ideais para introduzir um novo público leitor ao universo dos super-heróis.

É de se pensar que toneladas de páginas de cronologia de histórias antigas possam ter feito um mal aos heróis mascarados, afastando novos leitores e que um modelo com mais tramas fechadas, como são os fumetti da Sergio Bonelli Editore ou as HQs da Turma da Mônica, talvez seja mais interessante.

As HQs em si são todas nos moldes do desenho da Liga, mas com narrativas um pouco mais simples do que os episódios, talvez pelo tamanho de cada aventura, cerca de 20 páginas.

Todas têm roteiro de Adam Beenchen. Carlo Barberi e Ethan Beavers se alternam nos desenhos, mas mantêm o design da TV, sem alterações significativas. O time é competente, mesmo sem ser extremamente ousado.

A edição da Abril deixa um pouco a desejar no aspecto gráfico, especialmente na tipografiia branca utilizada na história A ilha, do Questão, em que a leitura ficou muito prejudicada.

Além disso, o acabamento não é dos melhores, com ondulações nas páginas. Isso é pouco atraente para colecionadores, ou seja, são HQs praticamente descartáveis.

Enfim, Liga da Justiça sem limites é um bom gibi para quem procura uma leitura despretensiosa e divertida de super-heróis.