LJA - UM POR TODOS # 1 e 2
Título: LJA - UM POR TODOS # 1 e 2 (Mythos
Editora) - Minissérie em duas partes
Autor: Christopher Moeller (texto e arte).
Preço: R$ 7,40 (parte 1) e R$ 6,90 (parte 2)
Número de páginas: 64 (parte 1) e 48 (parte 2)
Data de lançamento: Março e Abril de 2005
Sinopse: Ao visitar Delfos, Mulher-Maravilha ouve uma profecia a respeito de sua morte. Segundo o oráculo, a Liga da Justiça iria morrer ao salvar o mundo de um dragão.
Pouco
depois, um dragão adormecido há 800 anos desperta na Europa e passa a
assombrar o continente. Ao se dar conta de que a reunião de seus companheiros
de equipe selaria a profecia, Diana arma um plano para manter os heróis
afastados do monstro. E parte para o combate sozinha.
Positivo/Negativo: A Mulher-Maravilha é uma personagem problemática no panteão da DC: é raro se ler boas histórias dela. E não é por falta de esforço da editora, que já recrutou nomes de autores badalados para a série, os quais se desdobraram para as aventuras renderem.
Mas a verdade é que Diana, por mais que se goste dela, é uma semideusa enjambrada, veste um uniforme bastante ridículo e tem uma origem confusa, coadjuvantes sem carisma e vilões desprovidos de charme. Essas coisas sempre dificultam uma boa história. Mas, ainda bem, de vez em quando surge um autor que consegue lidar com essa personagem complicada.
É o caso de Moeller.
Sua série LJA - Um por Todos não é uma obra-prima, mas é uma das melhores histórias de Diana nos últimos tempos. Nela, a personagem aparece em sua mais pura essência, combinando delicadeza com superpoderes. E, além de tudo, é uma embaixadora da verdade.
A Diana de Moeller não é um super drag queen - tampouco a representante de um suposto sexo frágil na Liga. É, isso sim, uma personagem decidida, habilidosa, capaz de lidar com justiça tanto com o mundo mitológico de onde vem, quanto com a humanidade que encontrou fora de Themyscira.
O grande embate da trama não é contra o perigoso dragão. O que está em jogo é a capacidade de Diana de mentir para seus colegas e o que isso representa.
É nos momentos em que a Mulher-Maravilha mente que o melhor da história surge: a essência dos personagens vem à tona. E a relação da princesa com seus parceiros de equipe revela os pontos altos do roteiro.
Outra sacada de Moeller é a percepção de que Diana funciona melhor em cenas do cotidiano com seres sobre-humanos do que com humanos. A sereia e a ninfa fluem nos diálogos.
Não bastasse ser um bom escritor, Moeller também é responsável pela pintura da história. Os contornos fortes e a estilização fogem do gênero Alex Ross, que criou uma multidão de fãs e é das coisas mais chatas que se vê por aí (nota do UHQ: esta é uma opinião pessoal do autor da resenha). Sua arte tem vida, valoriza ângulos e lembra Peter Kupper.
Depois de lançar tantos títulos fracos em formato americano, bem que a Mythos podia ter investido em publicar a boa Um por Todos em seu formato original. Naquele tamanho intermediário, certamente um pouco da arte de Moeller se perdeu. Mas a série é bacana e não deve ficar de lado por isso.
Classificação: