Lobo Solitário # 28
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: Kazuo Koike (texto) e Goseki Kojima (arte).
Preço: R$ 12,90
Número de páginas: 320
Data de lançamento: Abril de 2007
Sinopse: Finalmente, Lobo Solitário e Retsudô lutam a batalha final.
Positivo/Negativo
Com 28 edições, Lobo Solitário chega ao seu final pela primeira vez no Brasil. É um marco, e por inúmeros motivos.
A começar pelo mais evidente: Lobo Solitário é um dos mangás mais influentes de todos os tempos. Canônico, chegou ao Ocidente via Frank Miller - seus resquícios contaminaram a narrativa do criador de Sin City para sempre - e espalhou sua marca pelos mais variados títulos. Miller, por sinal, fez a primeira série de capas desta versão da Panini.
Há o fato de a série estar completa no país, pela primeira vez, depois de duas tentativas fracassadas - uma pela Cedibra, outra pela Nova Sampa.
Também é mais um clássico dos quadrinhos mundiais disponível nas prateleiras locais - por sinal, numa fase profícua de nossas editoras, que têm trazido obras como Corto Maltese, O Incal, o melhor de Manara e por aí vai.
Não bastasse trazer o título, a Panini conduziu a série com louvor - desde o primeiro número, nas mãos do editor Fabiano Denardin, até o desfecho, com Elza Keiko, que foi responsável praticamente todo resto do projeto.
As edições foram simples - nada de capa dura nem orelhas, papel Pisa Brite simples - e irretocáveis, com detalhes como introduções nacionais, glossário de termos japoneses, galeria de capas originais e, eventualmente, artigos de contexto. Um ou outro errinho de português aqui ou acolá, mas nada relevante.
Quando o volume final começa, há ainda um grupo de Kusa que enfrenta Itto Ogami para enfraquecê-lo. Mas eles não chegam ao final do primeiro capítulo. Ainda assim, proporcionam uma das cenas mais emocionantes de todo o mangá - o pequeno Daigoro lambe as feridas do pai.
Ainda há um grande combate pela frente: a batalha final entre Retsudô e o Lobo Solitário é aguardada há um punhado de números. Inclusive já havia começado - mas foi interrompida.
Koike e Kojima trabalham em harmonia perfeita para fazer com que cenas tão antecipadas surpreendam verdadeiramente o leitor.
Ao artista, coube impor um ritmo impecável às batalhas. A velocidade é impressionante. Chega a evocar um clichê muito desgastado pela imprensa quando os mangás começaram a ganhar espaço por aqui: de que a leitura era contada a partir dos segundos gastos por páginas. É algo que não se menciona faz tempo. Mas vale para este volume: em certas cenas, Lobo Solitário é quase um flip book.
Ao roteirista, fica o papel de armar um desfecho grandioso. Surpresas à parte (e não cabe revelá-las aqui), há de se registrar que a batalha fica maior que os dois adversários. A unidade do Japão é posta em xeque - evidenciando a tensão social que permeou todos os 28 números do mangá.
O final, perturbador, é um convite à releitura de todo o Lobo Solitário. Tudo se dá em um detalhe - duas palavras, uma em cada balão. Pouca coisa, quase nada: mas é o que difere as HQs de sempre dos grandes clássicos.
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