LOBO SOLITÁRIO #5
Título: LOBO SOLITÁRIO #5 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Kazuo Koike (roteiro) e Goseki Kojima (arte).
Preço: R$ 12,90
Número de páginas: 288
Data de lançamento: Maio de 2005
Sinopse: No quinto volume do mangá, mais cinco histórias do Lobo Solitário são reunidas.
Na primeira, o matador Gumbey Yagyu é encarregado de matar Itto Ogami.
Sem Volta mostra a tentativa de um grupo de caçadores de recompensa de seqüestrar Daigoro e trocá-lo pelo dinheiro dos assassinatos do Lobo Solitário.
Em O Segredo do Vento Sul, que batiza este quinto volume, o ronin tenta encontrar um pouco de paz plantando arroz.
Em Kubikiri Asaemon, um guerreiro é convocado para matar Itto Ogami. Mas, na verdade, o contrato revela-se uma armação.
O Legado de uma Arma mostra o Lobo Solitário enfrentando um fabricante de armas idealista.
Positivo/Negativo: No quinto volume, Lobo Solitário traz uma de suas melhores histórias até então: O Legado de uma Arma põe Itto Ogami cara a cara com Shiritobê, um fabricante de armas idealista, mas de conduta bastante dúbia.
Para provocar a melhora das armas do Japão e proteger o país, ele fornece não só para seus patrões, mas também para seus inimigos, a fim de criar uma corrida armamentista que possa proteger o país de guerreiros externos. O plano é secreto, mas suas ações acabam, aos poucos, vazando.
Evidentemente, seus atos não são bem vistos, e a concorrência resolve contratar o Lobo Solitário para matá-lo.
Numa conversa cheio de lógica e retórica, um dos pontos mais altos da série até aqui, Shiritobê discursa sobre seus ideais e descobre que seus discípulos são responsáveis por uma traição. E é Itto Ogami quem sai de lá, depois de cumprir sua missão, com os planos de uma nova arma de fogo, poderosíssima para a época.
Na lógica de Shiritobê, se os inimigos souberem que o ronin possui uma arma tão poderosa, terão que se esforçar para fabricar uma que a supere. Não deixa de ser curioso que, anos depois da história se passar - e não muito antes de a HQ ser escrita -, foi numa corrida armamentista que seguia exatamente a mesma lógica que surgiu a bomba atômica responsável pela devastação de duas cidades japonesas.
O dilema do fabricante de armas não é o único do volume. Nesta fase, Itto Ogami está enxergando mais nitidamente que realmente vive no meifumadô, o inferno budista. Mesmo quando tenta um pequeno período de paz plantando arroz - na lindíssima história O Segredo do Vento Sul -, se envolve em confusão.
Ao apresentar o Lobo Solitário como um pária de sua própria vida, os autores conseguiram impregnar a saga com a força dramática que torna o personagem único: mesmo que ele queira paz, não a terá. Então, não adianta tentar sair do inferno. Daigoro, nesse contexto, parece um contraponto. É como o escritor Ítalo Calvino concluiu, no final de seu livro As Cidades Invisíveis:
"O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o quê, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço".
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