Este especial do Lobo serviu de base para o crossover com o Authority anos mais tarde, o que não é nada espantoso.

Afinal, Lobo versus Papai Noel é uma pequena pérola do politicamente incorreto, do humor e do nonsense.

A premissa já diz tudo que o leitor deve esperar da revista: Lobo é contratado para matar o Papai Noel por outra figura do imaginário popular: o Coelhinho da Páscoa. O roteiro de Keith Giffen é dos mais inspirados, lembrando seus melhores momentos na Liga da Justiça.

O enredo se apresenta com uma história encaixada na outra. Na primeira narrativa, o casal Aurifice e Ferryt está com problemas quando recebe um livro na porta de casa. Ao lerem, eles e o leitor conhecem a história do Lobo à caça do Papai Noel. Esse procedimento aumenta ainda mais a força da característica de fábula às avessas, inclusive com "lição de imoral" ao final, desmitificando e escrachando a magia natalina.

Tudo isso é estruturado pelos mais do que certeiros diálogos de Alan Grant, aumentando o elemento absurdo da história. A arte de Simon Bisley encaixa perfeitamente na aventura, deixando a parte em que Lobo aparece muito escrachada; já a do casal Aurifice e Ferryt é de um humor tenso.

Para leitores habituais do personagem Lobo e fãs do humor politicamente incorreto, esta edição é digna de ser procurada nos sebos.