Autores: Luke Cage - Archie Goodwin (roteiro) e George Tuska (desenhos);

Estranha Aventura - não creditada.

Preço: Cr$ 2,50 (preço da época)

Número de páginas: 32 páginas (formato americano, em preto-e-branco)

Data de lançamento: 1973

Sinopse: Lucas, um jovem negro detido por um crime que não cometeu, sofre duplamente: pela prisão e pela perseguição dos guardas. Desesperado para conseguir liberdade condicional, ele se submete a perigosos experimentos médicos, servindo como cobaia humana para testar uma máquina que, em teoria, aumentaria a resistência do seu corpo às doenças.

Entretanto a máquina é sabotada por um dos guardas, entra em colapso e explode, libertando o prisioneiro.

Logo, o jovem Lucas descobre que algo mudou, seu corpo ficara super-resistente. Usando seus novos poderes, ele foge da ilha prisão, é atingido por uma saraivada de balas e cai no mar. Dado como morto, perambula pela cidade e, por acaso, usa seus dons para frustrar uma tentativa de assalto, sendo recompensado pela vitima.

A partir daí, decide abandonar sua antiga identidade e, numa alusão à sua origem carcerária, adota o nome de Luke Cage e passa a usar seus dons e receber erários por isso.

Na segunda história, Albert Jones passa por maus bocados quando tem que enfrentar um insólito inimigo, sua própria sombra... Realmente, uma estranha aventura.

Positivo/Negativo: Luke Cage foi o primeiro super-herói negro da Marvel a ter uma revista própria. A idéia era aproveitar a tremenda publicidade gerada pelos filmes com temática específica para os afro-americanos.

Criado por Roy Thomas, Archie Goodwin e George Tuska, já surgiu quebrando alguns paradigmas: foi o primeiro herói negro a protagonizar uma capa de revista e, principalmente, um dos poucos afro-americanos a não ter a palavra "negro" em seu nome (Golias Negro, Pantera Negra etc.).

Carl Lucas foi retratado de forma estereotipada, um jovem afro-americano vivendo nas ruas do Harlem, cometendo pequenos delitos e participando de gangues. Apesar da infância difícil, ele se transformaria num adulto íntegro e honesto, destino que não foi compartilhado por seus antigos colegas.

Naqueles dias, os filmes voltados para a audiência afro-descendente estavam em alta e a Marvel (leia-se Stan Lee) resolveu apostar nesse filão. Era preciso um novo personagem, não apenas um negro, mas um que refletisse o estilo das ruas, o estereótipo caricato do jovem do Harlem.

Luke Cage foi criado como uma colcha de retalhos. O nome foi sugestão de Roy Thomas, o traje amarelo foi criação de John Romita, retocado por George Tuska. Para legitimar a série, a Marvel chamou Billy Graham, o único afro-americano da equipe, para arte-finalizar as histórias. Posteriormente, ele assumiria também o lápis.

Um dos bons personagens secundários da "Casa das Idéias", mesmo antes de sua nova versão mais arrojada e contemporânea, Luke Cage já possuía uma grande quantidade de fãs. Um deles era Nicholas Kim Coppola, que para provar seu valor como ator abandonou um dos mais notórios sobrenomes do cinema mundial, e passou a se chamar Nicholas Cage, em homenagem a um de seus personagens preferidos nas HQs americanas.

Para completar as edições, a Gorrion colocava nas revistas material nacional, muitos de qualidade duvidosa. A história Estranha Aventura é claramente um Corto Maltese de segunda categoria, pois a arte de Hugo Pratt foi desavergonhadamente copiada.