MÁGICO VENTO # 24
Autores: Gianfranco Manfredi (roteiro) e Pasquale Frisenda (desenhos)
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2004
Sinopse: Dick trai sua amante, mas ela deforma seu rosto. Irado, ele toma as providências que julga adequadas.
O agora "homem sem rosto" se alia a Howard Hogan, o principal inimigo de Mágico Vento, para que o empresário possa "estar em dois lugares ao mesmo tempo". No caso, Loup Fork e Chicago.
Assim, Dick acompanha Blast, um banqueiro, em uma viagem de entretenimento a Loup Fork, para conseguir o apoio para Hogan.
Enquanto isso, Mágico Vento ruma para o mesmo local, em busca da índia Erva Doce. Na estrada, ele encontra uma cena chocante, propiciada por Blast & cia. e parte para vingar a dignidade humana.
Em Loup Fork, é dia de julgamentos. Mas os forasteiros, sem saber disso, disparam tiros para todos os lados, com direito a morte e seqüestro. Pra piorar, após um previsível entrevero, Mágico Vento e Blast vão para a cadeia.
Agora, ambos serão julgados e podem acabar até na forca, se o xerife não descobrir as provas que podem inocentar o xamã.
Positivo/Negativo: No teatro de Chicago, a encenação do palco se transforma em um drama real e traz à tona a velha questão: será que a arte imita a vida, ou vice-versa?
Manfredi mostra nesta edição como o ser humano pode ser perverso. Em momento algum utiliza um argumento cômico, fazendo um belo drama, com muito sangue e selvageria. Por isso, como sempre, surpreende a cada página.
A trama é muito bem engendrada, com diversas surpresas. A ação é na medida certa e Manfredi faz tudo parecer uma peça trágica de teatro, daquelas em que não se tem tempo para tomar fôlego.
O competente Frisenda, com um traço bem leve, consegue levar o leitor pra dentro da cena, onde quase é possível ver as cores (lembre-se que a HQ é em preto-e-branco) nas paisagens bem construídas. Vale atentar para o seu belo trabalho nas cenas de chuva e, claro, no jogo de luz e sombra.
A capa da edição, no entanto, é muito ruim. Afinal, dá a impressão de que Mágico Vento está sendo perseguido por um zumbi, o que não é verdade. Se o leitor fosse julgar a revista por esta imagem, teria uma surpresa ao descobrir que não era uma HQ de terror, e sim um suspense misturado com drama.
O fato de o juiz fazer seu serviço em um palco de teatro, com os réus sendo enforcados e saindo de cena pelo alçapão, é um dos pontos altos da história, pela metáfora criada para a "saída de cena".
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