MÁGICO VENTO # 44
Título: MÁGICO VENTO # 44 (Mythos
Editora) - Revista mensal
Autores: Gianfranco Manfredi (roteiro) e Ivo Milazzo (arte);
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Fevereiro de 2006
Sinopse: Poe conhece o General Custer, e não consegue simpatizar com aquele que considera responsável por chacinar índios. Numa coletiva de imprensa, bêbado, o jornalista ameaça o militar.
Enquanto isso, Mágico Vento, na companhia de Calamity Jane, descobre que o espírito de uma índia está inquieto, pois ela e seu amado morreram pela paz entre os povos.
Agora, Ned Ellis e a "encrenqueira" Calamity precisam evitar o estopim de uma guerra, devido a corruptos intermediários agindo entre brancos e índios, e dar o merecido descanso aos espíritos inquietos.
Positivo/Negativo: Acaso alguém tenha caído de balão nesta resenha: Mágico Vento é um branco que, sem memória, foi adotado por índios e tornou-se um curandeiro e líder espiritual indígena. Agora, na companhia de um jornalista chamado Poe, tenta evitar o pior para seu povo, em meio às mazelas do Velho Oeste.
Na aventura desta edição, há a participação da famosa Calamity Jane, num papel secundário, mas importante. Ela teria visto o espírito de uma índia, fato comprovado por Mágico Vento, e acaba lutando ao lado do xamã. Ainda que não seja uma história de grandes surpresas, mantém o bom ritmo da série.
O fato é que Gianfranco Manfredi tem utilizado um expediente que poderia se revelar fatal em mãos menos habilidosas: o uso de personagens reais em tramas fictícias. Além de diversos chefes indígenas e figuras políticas da época do Velho Oeste, passam a atuar de maneira marcante figuras como Wild Bill Hickok, Calamity Jane e o General Custer, entre outros.
Manfredi é um roteirista fora de série e sabe trabalhar todo tipo de personagem. Assim, conduz este título mensal quase sempre em histórias fechadas, as quais podem ser lidas sem nenhum tipo de pré-entendimento.
Ao mesmo tempo, partilha situações num contexto global, no qual quem lê a revista todo mês acompanha Poe em complicadas tramóias políticas, e Mágico Vento na luta contra a guerra que esta por vir entre seu povo e os brancos. Difícil não se envolver e deixar de torcer por eles.
A arte de Ivo Milazzo dispensa apresentação: sempre competente, tem um senso de narração peculiar aos grandes da Nona Arte. Mas na opinião de muitos fãs (inclusive este resenhista), quem melhor capta as nuances de Mágico Vento é o croata Goran Parlov.
Outro ponto alto, presente em todas as edições, é a ótima coluna Blizzard Gazette, que sempre oferece dados importantes no início de cada trama para situar o leitor. Nesta, Manfredi conta que a famosa encrenqueira do Velho Oeste, Calamity Jane, pode ter sido um mito aumentado, um estereótipo criado por Buffalo Bill para chamar atenção em espetáculos. Mas há controvérsias.
Assim, como poucos escritores, Manfredi junta pesquisa histórica com ficção, numa narrativa sempre competente, colocando cultura ao lado de entretenimento e fazendo desta HQ uma ótima opção em bancas.
Classificação: